Trata-se de "uma prova de irmandade" entre os povos de Portugal e de Cabo Verde, disse José Maria Neves aos jornalistas, no final de uma cerimónia realizada pela Associação Académica de Coimbra -- Organismo Autónomo de Futebol (AAC-OAF), no Estádio Cidade de Coimbra.
Promovida pela AAC-OAF, uma campanha de angariação de bens de primeira necessidade, "em resposta ao desastre climático que atingiu as ilhas de São Vicente e Santo Antão", em Cabo Verde, está a decorrer em Coimbra até ao dia 31 de agosto.
Para o Chefe de Estado cabo-verdiano, "este gesto de grande significado", além de expressar a solidariedade da cidade do Mondego, traduz "uma valorização do desporto" como via para "ajudar na resolução dos problemas das pessoas".
A campanha promovida pela Académica de Coimbra, envolvendo outras entidades, com destaque para a Universidade de Coimbra e a Câmara Municipal, demonstra "as relações intensas" que perduram entre Portugal e a antiga colónia africana, 50 anos depois de esta ter ascendido à independência.
O presidente da direção da AAC-OAF, Joaquim Reis, contou aos jornalistas que a iniciativa solidária foi lançada na sequência de uma proposta de um funcionário da instituição desportiva, que aposta na angariação de bens para Cabo Verde também por ocasião dos jogos de futebol profissional e de formação.
Joaquim Reis revelou que as doações já recolhidas em diversos pontos da cidade incluem roupas, alimentos não perecíveis, livros, brinquedos e mobílias, entre outros bens.
Na cerimónia, intervieram ainda o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, o vice-reitor João Nuno Calvão da Silva, da Universidade de Coimbra, e Carline Rosa Silva, da Associação de Estudantes de Cabo Verde em Coimbra.
A tempestade ocorrida há cerca de uma semana na ilha de São Vicente provocou nove mortos, dois desaparecidos, bairros inundados e estragos em estradas, casas, pontes e estabelecimentos comerciais, além de falhas no fornecimento de energia.
O governo da Cidade da Praia declarou a situação de calamidade por seis meses em São Vicente, Porto Novo (Santo Antão) e nos dois concelhos de São Nicolau, com um plano de resposta que prevê apoios de emergência às famílias e empresas, linhas de crédito bonificado e verbas a fundo perdido.
As medidas serão financiadas pelo Fundo Nacional de Emergência e pelo Fundo Soberano de Emergência, criado em 2019 para responder a catástrofes naturais e choques externos.
Leia Também: Cabo Verde pede anulação da condenação para compensar CV Interilhas
