Marques Mendes enaltece "comunidade portuguesa como deve ser" em Newark

O candidato presidencial Luís Marques Mendes enalteceu hoje os portugueses a residir na cidade norte-americana de Newark, defendendo ser uma "comunidade portuguesa como deve ser" e um "bom exemplo de integração", afastando preocupações significativas face a eventuais deportações.

Luís Marques Mendes no ciclo de debates 'Portugal e o Futuro'

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Lusa
08/06/2025 22:40 ‧ há 10 horas por Lusa

Política

Presidenciais

Em declarações à Lusa em Newark, onde participa hoje nas celebrações do Dia de Portugal, Marques Mendes garantiu não ter encontrado uma "preocupação dominante" junto desta comunidade em relação às deportações em massa de imigrantes em situação ilegal prometidas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

 

"Admito que existe [alguma preocupação], mas é reduzida, porque ninguém me falou desse tema. E falámos do Presidente Trump, das suas políticas, das suas decisões. Admito que haja um caso ou outro, mas isso é pontual. Não é uma preocupação dominante aqui, da comunidade portuguesa", frisou.

"De resto, senti uma comunidade portuguesa muito bem integrada, por um lado, e muito ligada a Portugal, por outro. Ou seja, uma comunidade portuguesa como deve ser, que gosta dos Estados Unidos e gosta de Portugal. E, portanto, acho que há aqui um bom exemplo de integração", avaliou o antigo presidente do PSD.

Marques Mendes disse que foi convidado pela comissão que organiza as celebrações do Dia de Portugal em Newark a participar nas comemorações, tendo ficado "sensibilizado".

Newark, cidade no estado norte-americana de Nova Jérsia, acolhe hoje o tradicional desfile do Dia de Portugal, que percorrerá a Ferry Street - também conhecida como o coração do 'Little Portugal' devido à significativa comunidade portuguesa lá residente.

Tradicionalmente, as ruas de Newark recebem uma enchente de pessoas, maioritariamente portugueses vestidos a rigor com as cores da bandeira nacional, para assistir ao desfile do Dia de Portugal.

Em janeiro passado, logo após Donald Trump ter tomado posse, uma empresa de um português em Newark foi alvo de uma operação do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês), que, sem qualquer mandado, deteve três funcionários.

Desde então, vários portugueses em situação irregular no país admitiram à Lusa que o medo está "instalado a 100%" entre imigrantes indocumentados nos Estados Unidos.

Até ao mês passado, pelo menos cerca de duas dezenas de famílias portuguesas já tinham regressado aos Açores pelos próprios meios para evitar uma deportação forçada por parte do Governo norte-americano, indicou à Lusa a presidente do Centro de Assistência aos Imigrantes de New Bedford.

Questionado pelo Lusa sobre que postura adotará em relação a Donald Trump se for eleito Presidente de Portugal, Marques Mendes evitou responder diretamente, mas defendeu uma "posição de prudência", com "abertura por lado e firmeza por outro".

"A política externa é conduzida pelo Governo, mas é articulada com o Presidente da República. Eu acho que há duas ou três questões importantes a ter em atenção. São cumulativas, não são alternativas. Primeiro, Portugal e os Estados Unidos têm uma relação de amizade muito antiga [...]. E nós devemos fazer tudo o que esteja ao nosso alcance para manter viva e atual esta relação", advogou.

Em segundo lugar, o candidato presidencial observou que Donald Trump "não vai ser Presidente para a vida inteira" e que as relações entre Portugal e os Estados Unidos devem-se colocar num plano "Estado-Estado".

"Independentemente de quem é Presidente [...], as relações têm momentos mais altos e também têm momentos mais baixos. Mas as pessoas passam e a relação entre os países fica", sublinhou.

Por fim, recordou que Portugal integra a União Europeia, bloco que deve ter uma postura de prudência e firmeza.

"Prudência para não agravar ainda mais aquilo que já existe de agravamento nas relações entre os dois países. Na relação transatlântica", disse, defendendo igualmente um "espírito de abertura para negociar", em que se a "negociação a nada conduzir, então" há "que retaliar", referindo-se diretamente à questão das tarifas.

"É esta posição de prudência, de abertura para um lado e de firmeza por outro lado que eu acho que a União Europeia deve ter e que Portugal deve defender dentro da União Europeia", concluiu Mendes.

Leia Também: Marques Mendes quer lei que permita voto postal nas presidenciais

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