"Este é o programa que dá força e que dá suporte a esta política das negociatas e dos golpes para sacar recursos do Estado, que é o mesmo que dizer, ir buscar ao bolso de cada um de nós toda a transferência possível para entregar àqueles que se acham donos do país", disse Paulo Raimundo, durante o convívio regional da CDU em Estarreja, no distrito de Aveiro.
No seu discurso, o dirigente comunista começou por referir que os resultados eleitorais das legislativas criaram condições para acentuar a política das desigualdades e da exploração e deu como exemplo o programa do Governo, afirmando que, tal como os comunistas tinham avisado, é "um programa de propaganda, um programa de negócio e das negociatas".
"É a negociata no Serviço Nacional de Saúde, transferindo tudo para aqueles que fazem da doença um negócio, é a negociata na habitação, mais apoios, mais benesses para a banca, é a negociata em torno das privatizações, com o campo aberto, na TAP, mas não é só na TAP, é tudo o que está", disse.
Raimundo acusou ainda o Governo liderado por Luís Montenegro de querer dar um golpe nas leis laborais "para precarizar ainda mais, para aumentar as horas de trabalho e para aumentar o tempo de trabalho" e apelou aos partidos da oposição para chumbarem este programa.
"Aqueles que nos acusaram de nos termos precipitado, ainda vão a tempo de dar a mão à palmatória e de, connosco, não permitir que este programa do Governo vá para a frente (...) Não permitiríamos que um programa destes passasse ao lado da Assembleia", afirmou.
O programa do XXV Governo Constitucional foi hoje entregue na Assembleia da República e será debatido terça e quarta-feira.
O documento tem 10 eixos prioritários, comprometendo-se com "uma política de rendimentos que valoriza o trabalho e a poupança, o mérito e a justiça social", a reforma do Estado ou a criação de riqueza.
As outras prioridades identificadas pelo Governo passam por uma "imigração regulada e humanista", serviços públicos "com qualidade", uma aposta numa "segurança mais próxima, justiça mais rápida e combate à corrupção", habitação, construção de novas infraestruturas, o projeto "a água que une" e um "plano de reforço estratégico de investimento de defesa".
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