Pedro Frazão será "candidato à Câmara de Oeiras para limpar a corrupção"

O deputado do Chega Pedro Frazão anunciou, esta quinta-feira à noite, que será candidato à Câmara Municipal de Oeiras nas próximas eleições autárquicas, com o objetivo de “limpar a corrupção” no município.

"Se querem tirar a corrupção, votem no Frazão. Posso já avançar este mote porque Oeiras é presidida por um presidente que tem uma história muito triste na área da corrupção. Foi, aliás, condenado e cumpriu pena. Sabemos que o que nasce torto tarde ou nunca se endireita e não queremos repetir esse cenário na Câmara de Oeiras, que é tão importante na Área Metropolitana de Lisboa”, revelou Pedro Frazão, em direto na CNN Portugal.

Questionado sobre se o Chega vai apoiar uma eventual candidatura do major-general Isidro de Morais Pereira à Presidência da República, Pedro Frazão adiantou apenas que o partido está a aguardar que o líder, André Ventura, decida se vai avançar ou não com a própria candidatura a Belém, mas também reconheceu “estima” pelo militar.

“Neste momento, no Chega, estamos à espera que André Ventura, o nosso presidente, decida, na sua consciência, se vai avançar ou não com a candidatura a Presidente da República, que ficou em stand by quando foram anunciadas as eleições legislativas. Não tenho nenhuma notícia, de nenhum tipo de conversa que tenha existido com o major-geral Isidro de Morais Pereira, mas é uma pessoa que estimo”, admitiu o deputado do Chega.

A revelação da candidatura de Pedro Frazão à Câmara de Oeiras surge num dia em que a autarquia foi alvo de buscas pela Polícia Judiciária (PJ).

Contudo, Isaltino Morais, presidente da Câmara de Oeiras, frisou que não há "nenhum envolvimento" da autarquia no caso que levou às buscas e garantiu "total transparência".

"A posição da autarquia é de total transparência", disse Isaltino Morais, aos jornalistas, à porta da Câmara Municipal de Oeiras.

"Negócios que foram realizados em Nampula". As explicações de Isaltino

O autarca explicou que a investigação está relacionada com "negócios que foram realizados em Nampula para o governo de Moçambique".

"Houve notícias há dois anos sobre eventuais ilegalidades na gestão dessas empresas. Acontece que, na sequência dessas notícias e também de denúncias que chegaram à Câmara Municipal, a própria câmara promoveu uma auditoria externa que foi apresentada à Assembleia Municipal há talvez meio ano", adiantou.

Segundo Isaltino Morais, dessa "auditoria externa concluía-se" que "não havia qualquer ilegalidade", apesar de se registarem "algumas irregularidades formais".

"Ao que eu percebi, há aqui duas dimensões: Uma delas tem a ver com essa atividade em Nampula, que era um trabalho de cartografia e cadastro que realizaram para o Governo de Moçambique. Depois há alguns contratos com o município na área da cartografia e de tecnologias de informação. Penso que é isso que está a ser investigado", afirmou o autarca.

Entretanto, num comunicado enviado às redações, a PJ especificou que levou a cabo duas operações policiais para "cumprimento de mandados de busca", emitidos pelo Departamento de Investigação e Ação Criminal (DIAP) de Lisboa e Évora, "nas Câmaras Municipais de Oeiras e de Grândola e em empresas do setor turístico, no âmbito de investigação a eventuais crimes de prevaricação, corrupção passiva, corrupção ativa, participação económica em negócio e abuso de poderes e violação de regras urbanísticas".

"Estas diligências visaram a recolha de elementos documentais, com vista ao desenvolvimento e conclusão, tão breve quanto possível, das investigações em curso", adiantou a autoridade.

Recorde-se que Isaltino Morais foi eleito presidente da Câmara de Oeiras pela primeira em 1985, nas listas do PSD, renovando posteriormente o mandato nas eleições de 1989, 1993, 1997 e 2001. Em 2009 volta a vencer a Câmara de Oeiras, já como independente, mas interrompe o mandado em 2013, depois de ter sido condenado a dois anos de prisão por fraude fiscal e branqueamento de capitais.

Quem é Pedro Frazão?

De acordo com a biografia disponível na página da internet da Assembleia da República, Pedro Saraiva Gonçalves dos Santos Frazão tem 50 anos e, além de deputado, é atualmente vereador na Câmara Municipal de Santarém e vice-presidente da direção nacional do Chega.

Mestre em Medicina Veterinária, Pedro Frazão foi eleito pela primeira vez deputado na 2022.

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