Mariana Leitão: "A IL está disponível para ouvir toda a gente"

A candidata única à liderança da IL, Mariana Leitão, promete votar contra propostas que atentem contra direitos, liberdades e garantias numa eventual revisão constitucional e quer "revitalizar o espírito combativo" do partido perante "fenómenos populistas".

Mariana Leitão, Iniciativa Liberal

© Júnior de Vecchi/ Iniciativa Liberal

Lusa
12/07/2025 10:20 ‧ há 5 horas por Lusa

Política

Iniciativa Liberal

Em entrevista à Agência Lusa no âmbito da X Convenção Nacional da IL, que se realiza em 19 de julho em Alcobaça, Mariana Leitão defendeu que uma revisão constitucional é necessária, não só para retirar "menções ideológicas" da lei fundamental, mas também para se "conseguir fazer a reforma do Estado" e garantir uma "total separação de poderes entre entidades".

 

Questionada se tenciona contar com os votos do Chega numa eventual revisão constitucional, Mariana Leitão observou que o partido foi "eleito democraticamente".

"Nós nunca tivemos a postura de 'vem do partido A, então votamos contra'. Não, nós votamos as propostas. Se elas forem sérias, e nós virmos que têm aplicação prática e que resultam, aí contam com o nosso voto favorável", afirmou.

No entanto, Mariana Leitão garantiu que o partido votará contra propostas que visem limitar ou "atentar contra direitos, liberdades e garantias" consagrados na Constituição da República.

"Vamos obviamente votar contra e, como nós, vários outros partidos. Portanto, a probabilidade dessas propostas poderem passar é nula. É nula", assegurou.

Já interrogada sobre se a IL descarta à partida entrar em negociações com o Chega em matérias institucionais como a eleição de juízes do Tribunal Constitucional ou do provedor de Justiça, Mariana Leitão disse que cabe ao PSD definir com quem é que tenciona negociar essas matérias, que requerem a aprovação de dois terços de deputados, que só são atingidos caso PSD, PS e Chega se juntem ou, senão, PSD, PS e IL ou PSD, Chega e IL.

"Com quem é que o PSD está disposto a negociar? Há linhas vermelhas ou não há linhas vermelhas? A dúvida é essa. A IL está disponível para ouvir toda a gente", afirmou, salientando que, para a IL, não é só a questão partidária que está em causa nesta matéria, mas também dos nomes propostos para cada cargo.

Sobre a sua visão para a IL, Mariana Leitão disse que, perante a "alteração profunda do ciclo político", com a fragmentação do parlamento, o fim do bipartidarismo e a subida do Chega a maior partido da oposição, o partido precisa de voltar a uma "lógica mais combativa" dos fenómenos populistas.

"É isso que eu quero revitalizar: essa irreverência que nos era muito característica, um espírito mais combativo, porque os tempos assim o exigem", afirmou Mariana Leitão.

Sem querer abandonar as bandeiras do partido, a candidata a líder da IL disse que pretende simplificar a sua mensagem, que reconhece ser "tecnicamente densa" e "nem sempre fácil de explicar", para procurar mostrar aos portugueses que há um caminho alternativo, "que não passa nem pelo conformismo, nem pelas soluções fáceis do populismo".

Existe "uma enorme insatisfação nas pessoas e por isso é tão fácil as pessoas olharem para eventuais soluções milagrosas e pensarem: 'se calhar é este o caminho'. Mas não é, porque depois há o vazio e a inconsequência. O que nós queremos é mostrar às pessoas que há um caminho concreto", disse.

Questionada se esse espírito combativo que pretende revitalizar também se aplica às relações da IL com o Governo, Mariana Leitão respondeu que isso depende do que o executivo estiver disposto a fazer.

"O Governo quer mesmo fazer alguma coisa pelo país ou quer governar tentando não mexer em praticamente nada para garantir que, quando forem eleições daqui a uns anos, as eleições lhes correm bem? (...) O que se exige ao Governo é que faça. Se fizer, nós estaremos cá para propor, para ajudar", disse, apesar de considerar que os sinais dados pelo executivo têm sido negativos.

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