A 'app' oferece de forma "rápida e intuitiva" ao público em geral, jornalistas, decisores políticos, cientistas e outros a consulta de "mapas, gráficos e décadas de dados para monitorizar o 'stress' por calor e frio a nível global e como este está a mudar ao longo do tempo", indica um comunicado divulgado pelo Copernicus.
Fala-se de 'stress" térmico quando a capacidade de o corpo humano regular a sua temperatura é dificultada pelas condições ambientais, demasiado quentes ou frias.
A Thermal Trace foi criada pelo Serviço de Alterações Climáticas Copernicus (C3S) e o Centro Europeu de Previsão do Tempo a Médio Prazo (ECMWF), assinalando o comunicado que as alterações climáticas estão a agravar em todo o mundo o 'stress' por calor, apontado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como "uma das principais causas de mortes relacionadas com o clima".
Em 2023, na Europa, ocorreram cerca de 48.000 mortes relacionadas com o calor, de acordo com o relatório sobre o Estado do Clima Europeu 2024.
Numa altura em que as alterações climáticas tornam "mais frequentes e intensas" as ondas de calor, é importante "compreender e monitorizar o 'stress' térmico e os seus impactos na saúde humana", consideram os criadores da 'app'.
A aplicação fornece dados baseados no Índice Climático Térmico Universal (UTCI), que tem em conta a temperatura, a humidade, a velocidade do vento, a luz solar e o calor emitido pelo ambiente, bem como a forma como o corpo humano reage ao ambiente, para determinar uma "temperatura sentida".
O 'stress' por calor é classificado como: moderado (26 graus Celsius a 32 °C), forte (32 °C a 38 °C), muito forte (38 °C a 46 °C) e extremo, acima dos 46 °C.
Quanto ao frio, o UTCI considera temperaturas de sensação térmica de 9 °C a 0 °C como 'stress' pelo frio ligeiro, 0 °C a -13 °C moderado, -13 °C a -27 °C intenso, -27 °C a -40 °C muito forte e abaixo de -40 °C 'stress' por frio extremo.
"Os utilizadores podem visualizar os dados através de mapas e gráficos, que mostram como estes indicadores variaram e mudaram em todo o mundo nos últimos 85 anos e até cinco dias antes" da consulta.
A informação que deu origem aos gráficos pode ser descarregada diretamente da aplicação e o conjunto completo de dados está disponível na Climate Data Store.
"As ondas de calor intensas e repetidas que muitos de nós temos vivido nos últimos meses são apenas um exemplo do impacto do 'stress' térmico nas pessoas (...). Com o Thermal Trace, pretendemos capacitar os cidadãos e os decisores, garantindo que um manancial de dados sobre o 'stress' térmico está mais acessível do que nunca", afirma Rebecca Emerton, cientista do C3S, citada no comunicado.
Leia Também: UE lançou o Copernicus, satélite dedicado à observação atmosférica