Está "tudo pronto para formalizar o regresso da Fórmula 1 ao Algarve em 2027". Estas são palavras do primeiro-ministro, Luís Montenegro, proferidas na passada quinta-feira na Festa do Pontal.
Assim, pode estar no horizonte o regresso da categoria rainha do automobilismo a solo português - agora de forma sólida, depois de em 2020 e 2021 o Autódromo Internacional do Algarve ter sido uma solução de recurso no contexto da pandemia.
GPs europeus em fim de contrato
Uma coisa, é certa. Para Portugal entrar, é necessário que pelo menos um dos Grandes Prémios previstos para 2026 saia. Isto porque o calendário já está no seu máximo ao ter 24 rondas programadas.
De facto, há eventos em fim de contrato na Europa. Num desses casos, já há a certeza que o próximo ano marcará a despedida. Os vínculos dos GP de Espanha em Barcelona e dos Países Baixos em Zandvoort expiram após 2026.
Em dezembro passado, os responsáveis holandeses admitiram, aquando da renovação do contrato, que 2026 marcaria a despedida da F1. Já no caso espanhol, com a entrada de Madrid, tudo indica que Barcelona só estará na agenda do ano que vem para dar cumprimento ao contrato vigente.
Também sem contrato depois da próxima época estão as rondas do Azerbaijão e dos Estados Unidos da América em Austin. No entanto, por diferentes motivos, é expectável que ambas renovem.
Rotatividade no calendário
A entrada de novas rondas pode ser facilitada pelo esquema rotativo, especialmente para eventos na Europa. Já confirmado para o GP da Bélgica após 2027, o conceito prevê contratos que não envolvem, necessariamente, acolher o campeonato todos os anos. Assim, promove-se alternância, para que exista espaço para mais localizações numa agenda que está congestionada.
Outros países interessados
Por outro lado, para além de Portugal, há outros países pretendentes a entrar na rota da Fórmula 1. É o caso da Tailândia, que em junho passado aprovou uma candidatura no valor de 1,2 mil milhões de dólares para acolher a categoria em Banguecoque por cinco anos a partir de 2028.
Segundo o The Independent, no ano passado, Incheon (na Coreia do Sul) expressou o interesse em ter a Fórmula 1 no seu território. A própria Liberty Media fez saber que aquele país, assim como a Indonésia e a Tailândia, demonstraram vontade de vir a integrar o calendário - segundo escreveu o Motorsport.com em maio de 2024, sem que tenham existido avanços consideráveis desde então exceto no caso da Tailândia.
A Argentina é outro país que alimenta o sonho de voltar a estar presente. Há, também, a pretensão de regressar a África. O continente não é visitado pela F1 desde 1993 e há interesse por parte da África do Sul e do Ruanda.
No caso ruandês, o país acolheu a Gala de Prémios da FIA no ano passado, à margem da qual o presidente Paul Kagame anunciou a candidatura a entrar na Fórmula 1. E o presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, apoia: "A África merece um evento da F1 e o Ruanda é o melhor sítio", disse à BBC Sport Africa.
Sem confirmação do campeonato
Apesar das declarações de Luís Montenegro, não há qualquer confirmação ou comunicado por parte dos responsáveis da FIA ou da Fórmula 1 sobre um eventual Grande Prémio em Portugal a partir de 2027. Só com esse anúncio será formal e oficial um regresso da classe máxima do automobilismo ao país.
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