Mohamed Salah recorreu, este sábado, às redes sociais para pedir esclarecimentos à UEFA acerca de uma publicação feita em homenagem a Suleiman al-Obeid, assassinado por forças israelitas quando procurava ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
"Podem dizer-nos como é que ele morreu, onde e porquê?", questionou o avançado do Liverpool na rede social X, mostrando a sua indignação com a possível falta de coragem do organismo que tutela o futebol europeu em revelar mais detalhes sobre a morte de Suleiman al-Obeid, considerado o Pelé da Palestina.
"Um talento que dava força a inúmeras crianças, mesmo nos tempos mais negros", lamentou a UEFA, num curto comunicado, que provocou a 'ira' de Salah.
Suleiman Ahmed Zaid Al-Obaid, de 41 anos de idade, deu os primeiros passos no mundo do futebol ao serviço do Khadamat Al-Shatea, clube ao qual acabaria por desenvolver uma ligação especial, como refletem as três passagens pelo mesmo, entre 2007 e 2009, 2013 e 2014, e 2016 e 2023.
Can you tell us how he died, where, and why? https://t.co/W7HCyVVtBE
— Mohamed Salah (@MoSalah) August 9, 2025
Na carreira, o antigo médio conta, ainda, com passagens por Markaz Shabab Al-Am'ari (entre 2009 e 2013) e Gaza Sport (entre 2014 e 2016). Ao serviço da seleção nacional, somou dois golos marcados ao cabo de 19 jogos, tendo colocado um ponto final na carreira em 2023.
A fase mais recente do conflito israelo-palestiniano foi desencadeada pelos ataques liderados pelo movimento islamita palestiniano Hamas a 7 de outubro de 2023, no sul de Israel, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
Desde então, morreram mais de 60 mil habitantes de Gaza, quase metade crianças e mulheres, e mais de 150 mil ficaram feridos, segundo os registos das autoridades sanitárias, considerados fidedignos pela ONU.
Pelo menos 198 das mortes, incluindo as de 96 crianças, aconteceram devido a fome e desnutrição, de acordo com um registo das autoridades locais. A maioria das mortes aconteceu nas últimas semanas, após meses de bloqueio à entrada de ajuda humanitária por Israel, que controla todos os acessos àquele território.
A Cruz Vermelha Internacional assistiu mais de 4.500 pessoas feridas a tiro no sul da Faixa de Gaza desde 27 de maio, quando tentavam obter ajuda nos centros de distribuição, denunciou a organização. Além dos feridos, cerca de 1.400 pessoas foram mortas nos incidentes, segundo as autoridades da Faixa de Gaza.
No final do ano passado, uma comissão especial da ONU acusou Israel de genocídio em Gaza e de estar a usar a fome como arma de guerra - acusação logo refutada pelo governo de Netanyahu, mas sem apresentar quaisquer argumentos.
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