Erik ten Hag regressou, esta sexta-feira, a Inglaterra, quase um ano depois de ter sido demitido do comando técnico do Manchester United. Desta feita, na condição de treinador do Bayer Leverkusen, para disputar um encontro de cariz particular com o Chelsea, do qual saiu derrotado, por 2-0, fruto dos golos assinados por Estêvão e João Pedro.
Após o apito final, o treinador neerlandês passou pela zona mista de Stamford Bridge, onde abordou uma série de questões, entre elas, claro está, o (curto) período no qual teve a oportunidade de orientar Cristiano Ronaldo, no Manchester United, na segunda metade de 2022, que ficou marcado por uma série de polémicas, dentro e fora das quatro linhas.
"Para mim, não é um problema. Ele nunca foi o problema. Isso está no passado. Foi aquilo que aconteceu, está no passado. Fora isso, nós conquistámos dois troféus juntos, no Manchester United. Desejo-lhe tudo do melhor para o futuro, e também lhe desejo a melhor das sortes", afirmou.
Problemas atrás de problemas
Erik ten Hag, recorde-se, chegou ao Manchester United no verão de 2022, para suceder a Ole Gunnar Solskjaer, que não resistiu aos maus resultados. Meses depois, foi 'presenteado' com Cristiano Ronaldo, que, em 'rota de colisão' com a Juventus, acabou por regressar a um clube no qual já tinha sido feliz, entre 2003 e 2009, a troco de uma verba na ordem dos 17 milhões de euros.
As expetativas eram elevadas... mas acabaram por sair goradas. Desde bem cedo, o treinador neerlandês deixou claro que, pese embora o estatuto, o internacional português não teria lugar garantido no onze inicial. De tal maneira que, no espaço de três meses, o utilizou em apenas 16 jogos, ao cabo dos quais este somou três golos e duas assistências.
O ponto mais baixo da relação entre ambos foi atingido... ainda na pré-temporada, a 31 de julho. Na altura, o avançado foi aposta a titular, num duelo amigável com o Rayo Vallecano, em Old Trafford, que terminou empatado a uma bola, mas acabou por ser substituído por Amad Diallo (que até viria a marcar o único golo da equipa), ao intervalo.
Cristiano Ronaldo não gostou da decisão e abandonou, de imediato, o estádio, alegando "motivos pessoais". Erik ten Hag, por seu lado, não se coibiu de lhe 'puxar as orelhas', atirando: "Certamente não tolero isso. Penso que é inaceitável, para toda a gente. Somos uma equipa e é preciso ficar até ao fim".
Daí em diante, a relação entre ambos foi ficando cada vez mais tensa, culminando na tão badalada entrevista concedida pelo jogador formado no Sporting ao jornalista britânico Piers Morgan, nesse mesmo ano, na qual este apontou o dedo, não só ao timoneiro, como até aos proprietários do clube, tornando a situação insustentável.
Tão insustentável que, menos de um mês depois, à beira do arranque para o Campeonato do Mundo, no Qatar, foi tornada pública a rescisão contratual do contrato que unia Cristiano Ronaldo e Manchester United, abrindo caminho para que este rumasse à Arábia Saudita, para assinar pelo Al Nassr, clube onde se mantém, até aos dias de hoje.
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