A semana começou com uma subida dos preços dos combustíveis, tal como indicavam as previsões. Tanto o gasóleo como a gasolina ficaram mais caros, sendo que a subida do preço foi mais pronunciada no caso do gasóleo.
O gasóleo simples aumentou de 1,535 euros por litro para 1,602 euros por litro entre sexta-feira e segunda-feira, o que significa mais 6,7 cêntimos.
Já a gasolina simples 95 encareceu de 1,691 euros por litro para 1,715 euros por litro no mesmo período, mais 2,4 cêntimos.
Estes cálculos, refira-se, têm por base os preços médios atualizados diariamente pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).
Veja o gráfico:
Evolução do preço médio da gasolina simples 95 (a vermelho) e do gasóleo simples (a azul)© Reprodução do site da DGEG
De recordar que as previsões apontavam para uma forte subida dos preços dos combustíveis, mais pesada no caso do gasóleo - o que acabou mesmo por se verificar.
Segundo as estimativas, adiantadas na sexta-feira pelo Automóvel Club de Portugal (ACP), o preço do gasóleo iria subir oito cêntimos e o preço do litro da gasolina três cêntimos.
Os preços dos combustíveis disparam e as previsões para os próximos tempos não são animadoras, já que a escalada das tensões no Médio Oriente têm impacto direto nos preços. O economista João Santos considera que o Governo deve agir, já que é possível que os combustíveis atinjam os dois euros por litro.
"Os preços dos combustíveis hoje sobem significativamente, em função da tensão crescente que está a ocorrer, neste momento, no Médio Oriente, em particular do envolvimento direto entre Israel e o Irão", explicou João Santos, em declarações à TVI.
Questionado sobre a possibilidade de voltarmos a ter combustíveis com preço superior a dois euros por litro já este verão, o economista admite que sim, mas "não deverá estar para breve".
"Tudo depende da velocidade a que vai evoluir este conflito. Está tudo a acontecer de forma muito rápida e, portanto, é de admitir que isso possa acontecer, ainda que eu considere pouco plausível, mas eventualmente poderemos vir a ter um cenário desses para depois do verão", explicou João Santos.
O economista considera, porém, que o "Governo não pode ficar inoperante", já que estamos a atravessar um "período complexo, de estagnação económica" e os combustíveis "consomem uma parte do rendimento das famílias e das empresas".
O que se sabe até ao momento é que o ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, assegurou, na sexta-feira, que o Executivo de Luís Montenegro está "a acompanhar a situação" no que diz respeito ao aumento do preço do petróleo, na sequência do conflito no Médio Oriente, tendo apontado que atuará com medidas de mitigação nos preços do gasóleo e da gasolina, "se for necessário".
Porém, na segunda-feira, o ministro da Presidência disse que o Governo acompanha a evolução do preço dos combustíveis, mas considera que para já os impactos "são largamente potenciais", não descartando tomar medidas se existirem agravamentos "simultaneamente muito significativos e duradouros".
Questionado pelos jornalistas sobre se o Governo pondera tomar medidas à luz da subida dos preços dos combustíveis, o ministro da Presidência referiu que "não houve nenhuma deliberação sobre esta matéria" no Conselho de Ministros de hoje, mas que a evolução da situação internacional foi discutida "em vários âmbitos".
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