Lagarde faz aviso (sério): Encerrar Ormuz terá consequências na inflação

A presidente do BCE, Christine Lagarde, alerta que o encerramento do Estreito de Ormuz pode ter consequências ao nível da inflação. Fechar esta zona estratégica levará a um choque, que terá efeitos na economia.

Lagarde faz aviso (sério): Encerrar Ormuz terá consequências na inflação

© Shutterstock

Beatriz Vasconcelos com Lusa
24/06/2025 10:34 ‧ há 4 horas por Beatriz Vasconcelos com Lusa

Economia

BCE

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, alertou, na segunda-feira, que o encerramento do Estreito de Ormuz pode ter consequências ao nível da inflação, uma vez que poderá levar a um choque do lado da oferta, com efeitos na economia para além do setor da energia.

 

"Pode criar uma situação em que uma parte significativa do petróleo e gás que transita pelo Estreito de Ormuz possa ser afetada. Se for esse o caso, terá impacto no preço do petróleo e no preço do gás", disse Lagarde, em declarações proferidas no Parlamento Europeu.

A presidente do BCE alerta para os efeitos secundários que esta situação pode causar, cujo impacto ultrapassará o mercado energético: 

"Embora seja um choque no abastecimento, pode ter tal dimensão em profundidade e duração, que pode gerar efeitos secundários muito mais extensos do que o simples mercado dos preços da energia", disse Lagarde. 

A responsável pelo BCE assegurou estar "feliz" pela posição económica atual, mas deixou o aviso: "Não há dúvidas que, a curto prazo, se esse risco se materializar haverá consequências inflacionistas". 

Também na segunda-feira, a Alto Representante da União Europeia para a Política Externa, Kaja Kallas, alertou que a ameaça iraniana de encerrar do Estreito de Ormuz é extremamente perigosa.

União Europeia alerta para risco de fecho do estreito de Ormuz

União Europeia alerta para risco de fecho do estreito de Ormuz

A Alto Representante da União Europeia para a Política Externa, Kaja Kallas, alertou hoje que a ameaça iraniana de encerrar do Estreito de Ormuz é extremamente perigosa.

Lusa | 10:59 - 23/06/2025

Em resposta ao ataque norte-americano de sábado, o Parlamento iraniano exigiu o encerramento do Estreito de Ormuz por onde transita 20% do petróleo bruto transportado por via marítima, embora a decisão final caiba ao Conselho Supremo de Segurança Nacional iraniano.

Em declarações à chegada ao Conselho dos Negócios Estrangeiros, em Bruxelas, Kallas afirmou que os ministros vão debater a situação no Irão, na sequência do ataque dos Estados Unidos, e que estão concentrados na solução diplomática, ao mesmo tempo que avaliam as consequências do agravamento do conflito.

"O Parlamento iraniano exigiu o encerramento do Estreito de Ormuz, o que seria extremamente perigoso e não seria bom para ninguém", afirmou.

Kallas disse ainda que a União Europeia sempre foi a favor da diplomacia e recordou que o bloco europeu falou com o Governo do Irão na sexta-feira.

No mesmo contacto, afirmou Kallas, o Irão mostrou-se disponível para falar sobre a questão nuclear e também sobre assuntos de segurança mais amplos e que preocupam a Europa. "Temos de continuar a fazê-lo porque, no final, tem de haver uma solução diplomática para termos uma perspetiva de longo prazo", acrescentou Kallas.

A chefe da diplomacia da União Europeia recordou ainda que o acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano inclui uma cláusula de reversão que permite a imposição automática de sanções internacionais ao Irão se Teerão violar os termos do tratado.

"Se todos concordam que o Irão não deve ter uma arma nuclear, temos de trabalhar nesse sentido", afirmou.

O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, apelou também à coragem da União Europeia para "hastear a bandeira da paz", defender o direito internacional, a diplomacia e a negociação. 

O ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Noel Barrot, apelou também ao papel que considerou fundamental da Europa para conseguir, através de negociações, uma inversão "duradoura, sólida e verificável durante anos e décadas" do programa nuclear iraniano.

Barrot afirmou também que o objetivo "não é apenas" atrasar temporariamente o acesso do Irão às armas nucleares defendendo a negociação no sentido de garantir que o Irão nunca venha a ter armas nucleares. 

O chefe da diplomacia francesa sublinhou que a França rejeita qualquer tentativa de organizar uma mudança de regime do Irão pela força, porque, disse, seria ilusório e perigoso pensar que essa mudança pode ser conseguida "pelas bombas".

O ministro lituano dos Negócios Estrangeiros, Kestutis Budrys, afirmou que a União Europeia deve organizar-se para pressionar o Irão "para o caminho da paz" e evitar que o conflito se agrave ainda mais.

"Chegou o momento de o Irão escolher se quer ser um bom membro da comunidade internacional ou continuar com as políticas destrutivas na região e a nível mundial. A posse de armas nucleares pelo Irão é uma ameaça existencial para Israel e uma grave ameaça para toda a comunidade internacional", afirmou Budrys.

Leia Também: EUA pedem intervenção da China para impedir fecho de Estreito de Ormuz

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas