O primeiro-ministro, Luís Montenegro, assinalou, esta segunda-feira, que o acordo estabelecido na noite de domingo entre os Estados Unidos e a União Europeia (UE), que prevê a aplicação de tarifas aduaneiras de 15% sobre as exportações, a partir do dia 1 de agosto, proporciona "previsibilidade e estabilidade", características que disse serem "vitais para as empresas portuguesas e a economia".
"O acordo comercial UE-EUA traz previsibilidade e estabilidade, vitais para as empresas portuguesas e a economia. Evita a escalada, mas põe exigências novas na luta por mais acordos de comércio, no corte de barreiras e na agenda transformadora de simplificação e redução de custos", escreveu Luís Montenegro, na rede social X (Twitter).
Esta perspetiva já tinha sido comunicada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), que salientou que o Governo português "saúda e agradece" à Comissão Europeia "o empenho para conseguir esta plataforma de estabilização das relações comerciais".
A tutela sublinhou, ainda assim, que "nada substitui a liberdade de comércio", razão pela qual disse ser "fundamental que a UE e Portugal não desistam de se bater pela progressiva redução e eliminação de direitos aduaneiros e barreiras equivalentes ao comércio com os EUA, bem como com os restantes parceiros comerciais".
E adiantou: "Dentro deste novo quadro, as empresas portuguesas podem contar com a total cooperação do Governo português para mitigar efeitos negativos e facilitar o acesso a novos mercados."
O Executivo reafirmou ainda a importância de os 27 fomentarem "novos acordos de comércio livre" e de "acelerar a entrada em vigor dos já negociados, designadamente do Mercosul".
O acordo comercial anunciado no domingo em Turnberry, na Escócia, pelo presidente norte-americano, Donald Trump, e pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, fixa em 15% as tarifas aduaneiras norte-americanas sobre os produtos europeus.
O acordo prevê também o compromisso da UE sobre a compra de energia norte-americana no valor de 750 mil milhões de dólares (cerca de 642 mil milhões de euros) - visando nomeadamente substituir o gás russo - e o investimento de 600 mil milhões adicionais (514 mil milhões de euros), além de aumentar as aquisições de material militar.
As duas principais potências comerciais trocam diariamente cerca de 4,4 mil milhões de euros em bens e serviços, e Washington ameaçava impor, já a partir de 1 de agosto, tarifas aduaneiras de 30% sobre todas as importações europeias.
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