"Existe uma necessidade crucial de educar os moçambicanos sobre os benefícios da poupança, encorajando-os a começar a poupar e investir para o seu futuro, independentemente do sistema formal ou informal", lê-se no relatório daquele documento do Ministério das Finanças, consultado hoje pela Lusa.
A proporção de adultos que poupam, acrescenta-se, "é baixa, tanto na região rural como urbana", já que do lado da procura "apenas 38,3% dos adultos poupava em 2022", segundo os dados mais recentes, utilizados no estudo.
No documento acrescenta-se que a "falta de planificação e poupança para o futuro coloca os indivíduos em risco de desafios financeiros, pobreza e dependência de outros ou do Estado durante a fase da capacidade de trabalho reduzida".
Quanto "às barreiras de acesso à poupança", aponta-se igualmente no documento, "a falta de rendimentos é a principal razão que concorre para tal", descrevendo mesmo que 72,0% dos moçambicanos que não poupam indicaram, num estudo, que o fazem por "falta de rendimento", 25,3% porque "não consideram prioritário" e 16,7% porque fazem "despesas não planificadas".
No documento recorda-se que o sistema de poupança em Moçambique "oferece uma variedade de instituições captadoras" desses recursos, incluindo bancos, microbancos, cooperativas de crédito, Instituições de Moeda Eletrónica, bem como grupos de poupança e crédito rotativo.
"Grande parte da população que poupou não o fez numa instituição financeira formal", sublinha-se no documento, apontando-se que 36,4% dos adultos fizeram poupanças no banco, seguindo-se a opção de guardar dinheiro em casa (31,9%) e depois através de associações comunitárias (17,7%).
Expandir o acesso a produtos e serviços financeiros, aumentar o uso de produtos e serviços financeiros acessíveis e de qualidade, promover a literacia financeira e reforçar a proteção dos consumidores e a confiança nos serviços financeiros são os quatro pilares centrais da nova estratégia de inclusão financeira.
No documento com a estratégia 2025 -- 2031 é sublinhado que a "inclusão financeira serve de catalisador para alcançar os objetivos de desenvolvimento mais amplos" do país e "não se limita a proporcionar maior acesso a produtos e serviços financeiros, mas também visa capacitar indivíduos e empresas a aprimorar os seus meios de subsistência, desenvolver resistência e participar plenamente na economia".
"Além de promover o empreendedorismo, a inclusão financeira facilita a poupança e o investimento, contribuindo para o bem-estar económico e social", lê-se, sublinhando-se ainda que a estratégia "resulta de uma extensa consulta e colaboração entre o Governo, instituições financeiras, setor público e privado, bem como parceiros de desenvolvimento".
"Reflete o compromisso conjunto de posicionar a inclusão financeira como um pilar central de desenvolvimento socioeconómico de Moçambique", conclui.
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