A entrada em vigor da isenção do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) e do Imposto de Selo (IS) para jovens já foi há um ano e, durante este período, a procura por casas à venda disparou, ao passo que a oferta caiu, de acordo com o idealista.
"De lá para cá, já mais de 40 mil jovens beneficiaram desta medida do Governo da AD, que permite poupar milhares de euros em impostos. A verdade é que a procura de casas à venda até 324.058 euros – o limite para beneficiar da isenção fiscal total neste tipo de transações – disparou no último ano, contribuindo para uma redução na oferta de habitação", revela uma análise da plataforma de imobiliário.
De recordar que a isenção do IMT e do IS para os jovens até aos 35 anos que queiram comprar a sua primeira habitação própria e permanente dentro do país entrou em vigor em agosto do ano passo.
"Desde então, o Executivo de Montenegro tem destacado a forte adesão à medida, sobretudo pela 'classe média qualificada'. Os últimos números oficiais apontam para cerca de 43 mil jovens beneficiários até ao final de maio", pode ler-se na análise partilhada.
A plataforma revela que "esta corrida à compra de casa no país pelos jovens, sem um real incremento de construção nova ou mais imóveis reabilitados para vender, terá contribuído para aumentar a pressão da procura de habitação face à oferta existente no último ano".
"Este movimento é mais expressivo para as casas à venda pelo preço limite para beneficiar da isenção total de impostos (até 324.058 euros) do que para as habitações no mercado que contam apenas com uma redução da carga fiscal (acima desse valor até 648.022 euros) – estes valores são aplicados apenas para Portugal Continental", conclui.
Coimbra e Leiria destacam-se
Os dados mostram ainda que a "procura por casas à venda até 324.058 mil euros - e, portanto, abrangidas pela isenção total de IMT e IS para jovens - cresceu em todas as grandes cidades em análise", mas "em destaque está Coimbra e Leiria, onde o interesse duplicou no último ano".
Já "em Lisboa a procura subiu 96% e no Porto 55%", revelam os mesmos dados.
"Este elevado interesse em casas para comprar dentro deste patamar de preço acabou por provocar uma queda na oferta existente na maioria destas cidades no último ano – a única exceção é Portalegre, onde o stock habitacional cresceu 14%. As maiores reduções de imóveis residenciais disponíveis para comprar até 324 mil euros foram observadas em Lisboa (-50%), e em Setúbal e Coimbra (ambas com -41%). O Porto teve a descida de oferta menos expressiva (-14%)", é ainda referido.
Além disso, os "jovens que pretendam adquirir a sua primeira habitação até 324 mil euros para beneficiar da isenção total de IMT e IS vão encontrar maior número de casas no Porto, Lisboa, Braga, Aveiro e em Setúbal, com todas as cidades a apresentarem uma oferta superior a 1.000 imóveis. Já Portalegre e a Guarda é onde há menos casas disponíveis até este preço".
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