Após críticas, APHP diz-se "disponível" para trabalhar com sindicatos

A Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) garantiu hoje estar "disponível para continuar a trabalhar" com as estruturas sindicais representativas da hospitalização privada, um dia depois do Sindicato da Hotelaria do Norte a acusar de retirar direitos aos trabalhadores.

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Lusa
23/08/2025 13:51 ‧ há 8 horas por Lusa

Economia

APHP

"A APHP está disponível para continuar a trabalhar com as estruturas sindicais representativas do setor da hospitalização privada, com vista à promoção de condições de trabalho dignas, à valorização dos recursos humanos e à melhoria contínua dos cuidados de saúde prestados", pode ler-se numa resposta enviada hoje à Lusa por fonte oficial.

 

Na sexta-feira, o Sindicato dos Trabalhadores na Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte (STIHTRSN) acusou a CUF e a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada de obrigarem a 12 horas de trabalho, tendo a CUF afirmado que cumpre a lei.

A dirigente sindical Vânia Cardoso disse ainda que a associação patronal [Associação Portuguesa da Hospitalização Privada, APHP] fez um acordo com a UGT que prevê uma série de retiradas de direitos aos trabalhadores".

A sindicalista fala num "corte no subsídio de turno, o pagamento dos feriados, a progressão na carreira e o complemento de seguro, entre outros", bem como a criação de um "banco de horas e adaptabilidade de horário até 12 horas diárias que obriga os trabalhadores a fazer 12 horas consecutivas".

"Em 48 horas, podem obrigá-los a trabalhar sem o consentimento dos trabalhadores", referiu, no fim de várias ações de luta em vários hospitais privados no Porto e em Vila Nova de Gaia, que decorreram nas últimas semanas.

Em causa estão empregadas de limpeza, auxiliares de ação médica ou rececionistas, segundo a dirigente sindical.

Em resposta à Lusa, a APHP refere que "assinou, em junho, um novo Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) com o Sindicato dos Trabalhadores do Setor de Serviços (SITESE) e o Sindicato dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (SINDITE), ambos afetos à central sindical União Geral de Trabalhadores (UGT)", que "representa um aumento salarial médio de 75 euros, para 9.500 trabalhadores, de 90 empresas do setor da hospitalização privada".

"Este novo instrumento de regulamentação coletiva reflete o compromisso contínuo da APHP com a valorização dos profissionais de saúde e com a estabilidade nas relações laborais no setor da hospitalização privada", refere fonte oficial da associação patronal.

Segundo a APHP, "o processo negocial decorreu num clima de diálogo construtivo e responsabilidade institucional e deu origem a um acordo que assegura um equilíbrio entre os legítimos interesses dos trabalhadores e a sustentabilidade das unidades privadas prestadoras de cuidados de saúde".

O STIHTRSN, integrado na Federação dos Trabalhadores da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESAHT), filiada na CGTP-IN, refere em comunicado que o atual contrato coletivo de trabalho (CCT) da hospitalização privada "existe desde 1975 e sempre foi a FESAHT/CGTP-IN que negociou e assinou todas as revisões" desde então, acrescentando que "os sindicatos da UGT não têm representatividade no setor".

Relembra ainda que "o setor da hospitalização privada vive uma excelente situação económica, com 10,7 milhões de consultas, mais 10% que em 2023, 1,5 milhões de urgências, mais 5% de partos, 15.092 nascimentos, aumento de 15% nos exames e 12% de aumento nos RX, aumento de 11,6% nas receitas em 2024 em relação a 2023, atingindo um total de 2,5 mil milhões de euros".

Leia Também: Hotelaria e restauração dizem que medidas não respondem às necessidades

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