Durante uma reunião do Conselho de Ministros libanês no Palácio Presidencial, Aoun enfatizou hoje "a necessidade de envidar todos os esforços possíveis para manter o Líbano longe de conflitos que nada têm a ver com ele", segundo um comunicado emitido pelo seu gabinete.
O primeiro-ministro Nawaf Salam também observou durante a reunião, citado pela Agência Nacional de Notícias do Líbano (ANN), que é necessário continuar a trabalhar para evitar que o Líbano "seja arrastado ou implicado de alguma forma na guerra regional em curso".
Israel iniciou na passada sexta-feira vagas de bombardeamentos contra vários alvos iranianos, incluindo instalações nucleares, altos funcionários militares e cientistas nucleares.
O Irão respondeu com dezenas de mísseis e 'drones' lançados em direção ao território israelita, incluindo Telavive e cidades estratégicas como Haifa (norte).
Dos aliados regionais iranianos - o autodenominado "eixo da resistência" anti-Israel - apenas os rebeldes Huthis do Iémen lançaram alguns mísseis nos últimas dias contra Telavive, em apoio de Teerão.
No Líbano, o Hezbollah mantém-se nos últimos dias inativo, depois de a sua capacidade militar ter sido seriamente afetada pelo conflito com Israel em 2024.
O Hezbollah atacou Israel em outubro de 2023, na sequência da incursão em território israelita do Hamas, outro membro do "eixo da resistência", que desencadeou a resposta israelita contra os vários movimentos políticos e militares apoiados por Teerão, financeira e militarmente.
Aoun aplaudiu hoje o empenho de "todos os atores libaneses" em manter a estabilidade, especialmente tendo em conta a iminente época de verão e o seu potencial económico, lamentando a situação crítica na região desde a semana passada.
Vários mísseis cruzaram nos últimos dias o espaço aéreo libanês, alguns dos quais foram intercetados.
Na sexta-feira, relatou a agência EFE, os mísseis foram vistos a sobrevoar várias zonas do Líbano, incluindo Beirute, de onde foi possível ver alguns deles a serem intercetados durante os primeiros lançamentos e, pouco depois, durante uma segunda vaga.
Também a ANN identificou mísseis pela cidade de Tiro, a sul do Líbano e próxima da fronteira com Israel.
A guerra entre Israel e o Irão foi desencadeada na madrugada de 13 de junho por bombardeamentos israelitas contra instalações militares e nucleares iranianas, matando lideranças militares, cientistas e civis.
Entre os mortos, contam-se pelo menos 15 oficiais superiores, confirmados por Teerão, incluindo o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general Mohamad Hossein Baqari, o comandante-chefe da Guarda Revolucionária Iraniana, Hossein Salami, e o chefe da Força Aeroespacial da Guarda Revolucionária, general Amir Ali Hajizadeh.
O Irão retaliou com centenas de mísseis direcionados às cidades de Telavive e Jerusalém.
O conflito já fez dezenas de mortos e centenas de feridos de ambos os lados.
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