Ishiba e Trump falham acordo tarifário devido a divergências persistentes

O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, e o Presidente norte-americano, Donald Trump, não conseguiram assegurar um acordo comercial bilateral, durante uma reunião em Kananaskis, no Canadá, à margem do G7, devido à persistência de desacordos nos termos.

G7 Summit in Canada

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Lusa
17/06/2025 06:04 ‧ há 4 horas por Lusa

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Acordo Comercial

Em declarações à imprensa japonesa, Ishiba enfatizou a necessidade de Tóquio chegar a um acordo que proteja os interesses nipónicos, algo que o governante considerou ainda não ter sido alcançado, e absteve-se de especificar um prazo concreto para a adoção de um eventual acordo comercial com Washington.

 

"Até agora, mantivemos conversações francas, negociámos até ao último momento para explorar a possibilidade de um acordo. No entanto, ainda há pontos em que discordamos, pelo que não se chegou a um acordo em termos gerais", explicou o primeiro-ministro japonês durante a conferência de imprensa.

"As negociações são incertas até ao último momento. Tudo se resume a se os interesses nacionais de cada parte se concretizam e, para o Japão, por exemplo, os automóveis são um interesse nacional verdadeiramente importante. Tudo se resume a envidar os máximos esforços para proteger os nossos interesses nacionais", acrescentou Ishiba sobre um ponto-chave das negociações.

Tóquio tem pedido a Washington que isente o Japão de todos os aumentos tarifários implementados pela administração Trump e, especialmente, do aumento de 25% sobre veículos, que eleva a taxa aduaneira aplicada aos veículos japoneses para 27,5%.

As exportações de automóveis são fundamentais para a economia japonesa e têm grande peso no comércio do país asiático com os Estados Unidos, representando cerca de 30% do total.

A parte norte-americana tem-se recusado a rever esta tarifa e o próprio Trump ameaçou aumentá-la ainda mais.

Durante o encontro entre Ishiba e Trump no Canadá, que durou meia hora, estiveram presentes os principais negociadores de ambas as partes: o ministro japonês responsável pela Revitalização Económica, Ryosei Akazawa, e o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent.

O Japão é um dos países aos quais os Estados Unidos têm dado tratamento preferencial nessas negociações, que continuam sem resultados após seis rondas de reuniões ministeriais e a cimeira de hoje.

Questionado sobre a possibilidade de vir a ser prorrogado por mais 90 dias a suspensão do que Washington chamou de "tarifas recíprocas", impostas a grande parte dos países e territórios e que, no caso do Japão, é de 14%, o primeiro-ministro japonês disse que não pode confirmar.

Está previsto que a moratória das tarifas expire a 09 de julho. Se entrar em vigor, somado à taxa geral de 10% estabelecida para todas as importações norte-americanas, os produtos oriundos do Japão serão penalizados em 24% à chegada aos mercados norte-americanos.

Ishiba também se recusou a revelar quais são os outros pontos nas negociações, que, segundo a imprensa local, incluem temas como construção naval, compras de armamento, questões cambiais ou o custo do estacionamento de tropas norte-americanas no Japão.

Leia Também: Trump convoca reunião urgente do Conselho de Segurança Nacional

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