ONG acusam UE de "guerra aos migrantes" com políticas aprovadas

Várias organizações não-governamentais (ONG) que apoiam pessoas migrantes condenaram hoje o que consideram ser uma "guerra aos migrantes" perpetrada pela União Europeia (UE), exigindo a reversão da política migratória e fronteiriça que foi adotada no ano passado.

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© GUILLERMO ARIAS/AFP via Getty Images

Lusa
20/06/2025 00:00 ‧ há 6 horas por Lusa

Mundo

Migrações

De acordo com uma declaração conjunta, por ocasião do Dia Mundial do Refugiado, hoje assinalado, as organizações signatárias "condenam a atual 'guerra aos migrantes' da UE e exigem a reversão completa das políticas atuais da Europa sobre migrações e fronteiras".

 

"Os líderes da UE estão a alimentar a violência, o racismo e as mortes nas fronteiras através de políticas que criminalizam as migrações e os que apoiam as pessoas que querem deslocar-se", acusaram no documento conjunto, que foi subscrito por um total de 71 organizações.

Na declaração divulgada, as ONG pedem o fim das políticas que "ameaçam as migrações" e também que se reverta a "criminalização de migrantes e intervenientes solidários".

As organizações também querem um tratamento sem "duplos padrões", criticando a maneira como os refugiados ucranianos foram acolhidos nos países da UE em comparação com pessoas de outras nacionalidades.

Jennifer Kamau, elemento da ONG International Women Space disse, citada no comunicado, que a legislação europeia "vai legitimar a segregação racial e aumentar a violência institucional e estatal".

"As deportações não são mais do que pessoas a serem sequestradas, detidas sem qualquer representação legal. Tudo isto são crimes contra a humanidade", denunciou.

Na ótica da ativista, "não há uma crise de migrações", mas sim "uma crise de distribuição de recursos".

Já Sarah Chander, da Iniciativa Equinox para a Justiça Racial, também uma organização não-governamental, acusou a UE de "estar a levar a cabo uma guerra contra os migrantes e de estar a construir um arsenal de infraestruturas repressivas, concebidas para vigiar, discriminar e deter migrantes".

"Com um conjunto de leis novas, a UE está a abrir caminho para a remoção de migrantes em qualquer sítio, colocando as pessoas em perigo, enquanto enriquecem empresas de segurança que investem no negócio da deportação", criticou.

De acordo com os dados da agência da União Europeia para o controlo de fronteiras (mais conhecida como Frontex), em 2024, chegaram aos países da UE cerca de 239.000 migrantes sem visto aprovado. A maior parte atravessou o Mar Mediterrâneo, que continua a ser uma das rotas migratórias mais perigosas.

O Dia Mundial do Refugiado é celebrado a 20 de junho, com o objetivo de realçar a coragem, os direitos, as necessidades e a resiliência dos refugiados.

É assinalado desde 2001, no seguimento de uma resolução aprovada pela Assembleia-Geral das Nações Unidas.

Leia Também: França mobiliza 4.000 agentes para controlo de imigrantes nas fronteiras

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