Lukashenko liberta presos políticos "a pedido" dos EUA

O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, ordenou hoje a libertação de 14 presos políticos, incluindo o líder da oposição Sergei Tikhanovskiy, "a pedido" do líder dos Estados Unidos da América (EUA), confirmou uma porta-voz da presidência bielorrussa.

Belarusian President Alexander Lukashenko meets with US Special Presidential Envoy for Ukraine General Keith Kellogg in Minsk

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Lusa
21/06/2025 21:05 ‧ há 7 horas por Lusa

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Bielorrússia

"O Presidente decidiu perdoar 14 condenados. Este foi um pedido do Presidente dos Estados Unidos [Donald Trump]", disse Natalia Eismont à agência de notícias russa TASS.

 

A libertação ocorreu poucas horas depois de as autoridades bielorrussas anunciarem que Lukashenko se encontrou com Keith Kellogg, enviado de Donald Trump para a Ucrânia, na que foi a primeira visita em anos de uma autoridade norte-americana de alto nível à Bielorrússia, tradicional aliada da Rússia.

Na reunião, que se realizou em Minsk, a capital bielorrussa, Lukashenko recebeu calorosamente na sua residência Kellogg e a delegação americana.

"Espero sinceramente que a nossa conversa seja muito sincera e aberta", disse Lukashenko, comentando que Kellogg "causou muito barulho com a sua chegada" à Bielorrússia.

Não ficou imediatamente claro se a visita de Kellogg poderá abrir caminho para a suspensão de algumas sanções dos EUA contra a Bielorrússia, impostas desde a repressão brutal contra os protestos de 2020 e devido ao apoio de Lukashenko à invasão da Ucrânia pela Rússia.

"Lukashenko está claramente tentando sair do isolamento internacional e a libertação de um grupo tão grande de presos políticos sinaliza o desejo de iniciar um diálogo com os EUA para suavizar as sanções internacionais", disse à agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP) o analista político bielorrusso Valery Karbalevich.

A organização não-governamental (ONG) bielorrussa Viasna publicou imagens de Sergei Tikhanovskiy, após a libertação, mostrando o opositor de 46 anos, bloguista e apresentador de um canal popular no YouTube, de cabeça raspada e corpo magro, ainda que sorrindo.

Tikhanovskiy foi detido em maio de 2020, pouco antes de uma eleição presidencial marcada por manifestações históricas da oposição.

Após a prisão, a sua mulher, Svetlana Tikhanovskaya, assumiu o papel de opositora e mobilizou as multidões durante a campanha eleitoral.

Alexander Lukashenko, no poder desde 1994, ganhou oficialmente as eleições, com 80% dos votos, ao que dezenas de milhares de pessoas responderam manifestando-se durante semanas, denunciando uma fraude eleitoral.

As autoridades esmagaram o movimento com milhares de detenções, torturas e pesadas penas de prisão.

Tikhanovskaya foi obrigada a exilar-se sob a pressão das autoridades e Tikhanovskiy foi condenado a 18 anos de prisão por "organização de motins" e "incitamento ao ódio", e depois a mais 18 meses por "insubordinação".

Entre os outros 13 presos políticos libertados hoje estão um jornalista da Rádio Europa Livre, um professor universitário, um empresário e um ativista anarquista, de acordo com a Viasna, que também é perseguida pelas autoridades.

A cidadã sueco-bielorrussa Galina Krasnyanskaya, presa em 2023 sob a acusação de apoiar a Ucrânia, também foi libertada, anunciou o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson.

Os prisioneiros libertados estão todos agora em território lituano, anunciou Kestutis Budrys, ministro dos Negócios Estrangeiros da Lituânia, que faz fronteira com a Bielorrússia e acolhe muitas figuras da oposição bielorrussa no exílio, incluindo Svetlana Tikhanovskaya.

"O meu marido Sergei está livre! É difícil descrever a alegria no meu coração", escreveu Tikhanovskaya, na rede social X, agradecendo a Donald Trump e aos seus parceiros europeus pela libertação do marido.

"Ainda não terminámos. 1.150 presos políticos continuam atrás das grades. Todos eles têm de ser libertados", lembrou.

Muitos outros dissidentes continuam detidos nas prisões bielorrussas, entre eles o Nobel da Paz Ales Bialiatski, fundador da Viasna que cumpre uma pena de dez anos de prisão por financiamento de ações contra "a ordem pública", Viktor Babaryka, ex-banqueiro que em 2020 era tido como o principal rival eleitoral de Lukashenko, e Maria Kolesnikova, aliada próxima de Tikhanovskaya e líder dos protestos em massa daquele ano.

Leia Também: Von der Leyen saúda a libertação de líder da oposição bielorrussa

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