Os líderes de França, Alemanha e Reino Unido apelaram hoje ao Irão para que evite qualquer ação que possa desestabilizar ainda mais o Médio Oriente, na sequência dos ataques norte-americanos contra instalações nucleares iranianas.
O presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, também apelou à contenção, à diplomacia e à cooperação internacional.
Numa declaração conjunta Emmanuel Macron, Friedrich Merz e Keir Starmer apelaram "ao Irão para que se envolva em negociações que conduzam a um acordo que responda a todas as preocupações sobre o seu programa nuclear. Estamos prontos para contribuir para esse objetivo, em coordenação com todas as partes".
Citados pela agência AFP, o Presidente de França, o chanceler alemão e o primeiro-ministro britânico garantem que vão manter esforços diplomáticos conjuntos "para aliviar as tensões e evitar uma escalada ou alastramento do conflito".
Na sexta-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos três países tinham-se reunido com o homólogo iraniano, numa tentativa de relançar o processo negocial, mas a iniciativa foi prontamente desvalorizada por Donald Trump.
Apesar de a França ter manifestado preocupação com os ataques norte-americanos, a declaração conjunta dos três líderes não inclui qualquer juízo crítico sobre essa ação.
Macron, Merz e Starmer defendem que o Irão "nunca poderá possuir uma arma nuclear" e que "não deve continuar a constituir uma ameaça para a segurança regional".
"O nosso objetivo permanece o mesmo. Impedir que o Irão obtenha uma arma nuclear", concluem.
Também hoje o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, afirmou que "o mundo começa a aproximar-se de um abismo escuro", ao normalizar bombardeamentos entre potências, apelando à contenção, à diplomacia e à cooperação internacional.
Numa declaração institucional, Pedro Sánchez anunciou ainda um acordo alcançado com a NATO que isenta Espanha de gastar 5% do Produto Interno Bruto (PIB) em defesa, num contexto de crescente tensão internacional após os bombardeamentos dos Estados Unidos contra instalações nucleares no Irão.
"A humanidade precisa hoje de mais segurança, mas também de muito mais diplomacia, cooperação e solidariedade entre os países -- e, portanto, de mais esperança", afirmou o chefe do executivo espanhol.
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