O eurodeputado do Partido Comunista Português (PCP), João Oliveira, acusou hoje o presidente do Conselho Europeu, António Costa, de alinhar na narrativa dos "interesses do militarismo", pedindo um contributo contrário à "participação em guerras alheias" da NATO.
João Oliveira está em Haia (Países Baixos) para participar numa contra-cimeira da NATO, que decorre em simultâneo com o arranque da cimeira da Aliança Atlântica e que conta com a presença de vários partidos de esquerda europeus.
"Era bom que António Costa pudesse dar um contributo contrário", disse o eurodeputado comunista, em declarações à agência Lusa e à rádio TSF.
João Oliveira considerou que o líder do Conselho Europeu "falando em nome dos governos dos 27 [do bloco comunitário] tem de dar expressão àquilo que é a vontade dos 27, está a refletir aquilo que é a opinião da maioria dos governos que integram a União Europeia".
Nas mesmas declarações, o eurodeputado criticou que o mundo está a ir no sentido dos "interesses do militarismo e do desvio de recursos para a corrida ao armamento".
O eurodeputado comunista defendeu que é necessário reforçar as Forças Armadas portuguesas, mas para que cumpram as obrigações constitucionais, em vez da "participação em guerras alheias" da NATO.
A cimeira da NATO realiza-se entre hoje e quarta-feira em Haia, nos Países Baixos, com a presença dos 32 países que compõem a organização político-militar, e com a participação da Ucrânia e de os países do Indo-Pacífico como convidados.
Os Estados-membros da Aliança Atlântica pretendem avançar nesta reunião para um novo objetivo de investir pelo menos 5% do Produto Interno Bruto (PIB) na área da defesa, repartindo 3,5% para investimento direto e 1,5% para projetos de dupla utilização.
A par do conflito em curso na Ucrânia, que dura há mais de três anos na sequência da invasão russa, a decisão dos Estados Unidos de bombardear instalações nucleares iranianas durante o fim de semana deverá dominar as discussões na reunião da organização fundada em 1949.
A ação ordenada pelo Presidente Donald Trump ditou o envolvimento direto de Washington, um aliado tradicional de Telavive, no conflito entre Israel e o Irão, iniciado a 13 de junho.
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