Defesa? "A forma como investimos é tão importante como o montante"

Na sessão de abertura de um fórum sobre indústria de Defesa da NATO, a líder do executivo comunitário apontou que a invasão da Ucrânia pela Rússia "mudou [o conceito tradicional] a guerra".

Ursula von der Leyen

© Lina Selg/Bloomberg via Getty Images

Lusa
24/06/2025 14:58 ‧ há 7 horas por Lusa

Mundo

Ursula von der Leyen

"A Europa da Defesa acordou finalmente. Amanhã [quarta-feira], esta cimeira estabelecerá novos objetivos históricos de despesa para os Aliados da NATO. Mas a forma como investimos é tão importante como o montante que investimos", realçou Ursula von der Leyen, num discurso na cimeira da Aliança Atlântica que decorre hoje e quarta-feira em Haia, nos Países Baixos.

 

Na sessão de abertura de um fórum sobre indústria de Defesa da NATO, a líder do executivo comunitário apontou que a invasão da Ucrânia pela Rússia "mudou [o conceito tradicional] a guerra" e que, se por um lado, "consumiu mais equipamento do que qualquer outra", por outro lado, algumas "batalhas foram vencidas ou perdidas devido ao 'software', aos sistemas de interferência e à Inteligência Artificial".

Numa cimeira na qual os aliados se preparam para acordar a meta dos 5% do Produto Interno Bruto (PIB) de investimento em Defesa, Von der Leyen salientou que ao mesmo tempo que se reabastecem reservas, os países têm também de "modernizar sistemas antigos e responder às novas necessidades tecnológicas".

"Isto é vital para uma dissuasão credível, e a União Europeia tem um papel importante a desempenhar neste domínio. Enquanto a NATO estabelece os padrões e os objetivos de capacidade para os aliados, a nossa União pode ajudar a ligar os pontos entre as diferentes indústrias, entre civis e militares e entre países da NATO e países não pertencentes à NATO", realçou.

A presidente da Comissão Europeia sublinhou que, "em tempo recorde", os Estados-membros da UE conseguiram "abrir novas linhas e aumentar a produção" e estão a "adaptar-se à nova realidade de uma guerra em grande escala, aqui mesmo, em solo europeu".

Falando numa "mudança tectónica que ocorre uma vez em cada geração", Von der Leyen destacou que, nos últimos meses, a UE tomou medidas "que pareciam impensáveis até ao ano passado".

"Criámos o Plano 'ReArm Europe', para mobilizar 650 mil milhões de euros em investimentos na Defesa nos próximos quatro anos. Em apenas quatro meses, criámos um novo instrumento financeiro denominado SAFE, com 150 mil milhões de euros em empréstimos para aquisições conjuntas no setor da Defesa. Na semana passada, propusemos um 'omnibus' [pacote] de simplificação, para acelerar radicalmente o nosso investimento na Defesa. E assinámos oito parcerias de Defesa e Segurança com países de todo o mundo - a última das quais com o Canadá, ontem [segunda-feira]", enumerou.

A líder do executivo comunitário notou que o instrumento financeiro SAFE não está apenas disponível para os Estados-membros da União, "mas também a futuros membros como a Ucrânia" ou parceiros como o Reino Unido ou o Japão, a Noruega ou a Coreia do Sul.

"Estamos também a clarificar as nossas regras para as transferências transfronteiriças de produtos de Defesa e as colaborações industriais multinacionais. Esta é a forma de acelerar e aumentar a escala, não de forma isolada, mas em conjunto com os nossos amigos mais fiáveis", afirmou.

A dirigente europeia defendeu que até 2030, a Europa deve dispor de "tudo o que é necessário para uma dissuasão credível", algo que exige que se saia "da zona de conforto".

"Temos de explorar novas formas de fazer as coisas, juntando tecnologia e Defesa, civis e militares, na Europa e não só. Juntos, podemos dissuadir todos os que procuram fazer-nos mal", concluiu a ex-ministra da Defesa alemã (2013-2019).

Na reunião de alto nível em Haia, os 32 Estados-membros da Aliança Atlântica, incluindo Portugal, devem acordar em atingir os 5% do PIB em Defesa - 3,5% para gastos diretos com Defesa (Forças Armadas, equipamento e treino) e 1,5% em investimentos de dupla utilização como infraestruturas e indústria.

Além dos 32 membros da NATO, estão presentes na cimeira países parceiros estratégicos, como a Ucrânia e nações do Indo-Pacífico, bem como representantes de organizações como a União Europeia, Von der Leyen pela Comissão Europeia e o presidente do Conselho Europeu, António Costa.

A par do conflito em curso na Ucrânia, que dura há mais de três anos na sequência da invasão russa, a decisão dos Estados Unidos de bombardear instalações nucleares iranianas durante o fim de semana deverá dominar as discussões na reunião da organização fundada em 1949.

A ação ordenada pelo Presidente Donald Trump ditou o envolvimento direto de Washington, um aliado tradicional de Telavive, no conflito entre Israel e o Irão, iniciado a 13 de junho.

[Notícia atualizada às 15h11]

Leia Também: Von der Leyen saúda anúncio sobre cessar-fogo e pede empenho de Teerão

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