"A China apoia os esforços do Irão para salvaguardar a sua soberania e segurança e, com base nisso, alcançar um cessar-fogo genuíno, permitir que o seu povo retome a vida normal e promover um rápido alívio da situação no Médio Oriente", disse Wang Yi ao homólogo iraniano, Abbas Araghchi, de acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
Durante a conversa telefónica com Araghchi, o ministro chinês reiterou que Pequim "expressou imediatamente a sua condenação" após os ataques norte-americanos a importantes instalações nucleares no Irão, no fim de semana.
"Os ataques militares a instalações nucleares protegidas pelas salvaguardas da Agência Internacional de Energia Atómica violam gravemente os propósitos da Carta das Nações Unidas e do direito internacional", acrescentou Wang.
A República Islâmica retaliou os ataques dos Estados Unidos na segunda-feira, com o lançamento de mísseis contra uma base norte-americana no Qatar, que não provocou estragos ou vítimas, segundo Washington porque Teerão avisou previamente.
Na sequência do ataque iraniano, um frágil cessar-fogo entre o Irão e Israel entrou hoje em vigor, após uma guerra de 12 dias.
O presidente norte-americano, Donald Trump, declarou a trégua "agora em vigor", depois de acusar ambos os países, principalmente Israel, de a violarem e de pedir ao seu fiel aliado que "não lance" novas bombas sobre o Irão.
Israel anunciou hoje a suspensão dos seus ataques contra o Irão após uma conversa do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, com Trump.
Este conflito foi desencadeado por ataques israelitas em 13 de junho no Irão, justificados pela criação iminente de uma arma nuclear, o que é refutado por Teerão.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, instou hoje Israel e o Irão a "respeitarem integralmente" o cessar-fogo anunciado na segunda-feira por Trump.
"Os combates têm de parar. Os povos de ambos os países já sofreram demasiado", declarou Guterres numa mensagem na rede X.
O secretário-geral das Nações Unidas disse que espera ver este acordo "replicado noutros conflitos na região", em alusão à guerra na Faixa de Gaza entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, que não foi interrompida pelas hostilidades israelo-iranianas.
Guterres é visto com desconfiança por Israel, devido aos seus pronunciamentos sobre a guerra na Faixa de Gaza e aos sucessivos obstáculos que Telavive coloca às agências das Nações Unidas na Palestina.
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