Sánchez 'responde' a Trump: "Espanha é um país solidário e soberano"

Donald Trump ameaçou aplicar tarifas mais severas a Espanha pela recusa de Madrid em investir mais na defesa no âmbito da NATO. Em resposta, Pedro Sánchez lembrou que "Espanha é um país solidário, comprometido com os Estados-membros da Aliança, mas também é soberano".

Pedro Sánchez, Espanha,

© NICOLAS TUCAT/AFP via Getty Images

Márcia Guímaro Rodrigues
26/06/2025 11:56 ‧ há 6 horas por Márcia Guímaro Rodrigues

Mundo

Espanha

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, respondeu esta quinta-feira ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lembrando-o de que Espanha é um "país solidário, mas também soberano".

 

Em causa está o facto de Trump ter ameaçado aplicar tarifas mais severas a Espanha pela recusa de Madrid em investir mais na defesa no âmbito da NATO. No Conselho da Europa, em Bruxelas, Sánchez garantiu que irá cumprir o compromisso de 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB), em vez dos 5% acordados pelos países da aliança atlântica.

"Espanha é um país solidário, comprometido com os Estados-membros da Aliança, mas também é soberano, e esse é o equilíbrio que encontramos na declaração que acordámos com os 32 Estados-membros da Aliança Atlântica, incluindo também os Estados Unidos", disse, citado pela imprensa espanhola. 

Sánchez defendeu ainda que a política comercial é discutida entre Washington e a Comissão Europeia, que atua em "nome de todos os Estados-membros". 

"Estamos numa união aduaneira de mercado único e a política comercial é negociada por Bruxelas em nome de todos os Estados-Membros", atirou.

O ministro da Economia de Espanha, Carlos Cuerpo, já tinha lembrado, na quarta-feira, que os acordos e taxas comerciais com os EUA são negociados e aplicados no quadro da União Europeia (UE), na sequência da ameaça do presidente norte-americano numa conferência de imprensa no final da cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), em Haia, nos Países Baixos.

"Acho terrível o que fez Espanha, vamos negociar com eles e vão pagar o dobro. Vamos obrigá-los a pagar, Espanha quer uma viagem grátis e eu vou obrigá-la a pagar de outra forma", disse Donald Trump, acrescentando que iria "negociar diretamente" com o governo de Pedro Sánchez e que Madrid "vai pagar mais assim".

"Acho terrível o que fez Espanha, vamos negociar e vão pagar o dobro"

O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) ameaçou hoje aplicar a Espanha tarifas mais severas pela recusa de Madrid em investir mais na área da defesa no âmbito da NATO.

Lusa | 16:24 - 25/06/2025

Pedro Sánchez reiterou que cumprirá com as capacidades de defesa acordadas com a NATO gastando 2,1% do PIB e que o objetivo de 5% é flexível. 

Os 2,1% do PIB são um nível de gasto "suficiente e realista" para Espanha, sendo "compatível" com o estado de bem-estar e os compromissos internacionais assumidos pelo país, defendeu Sánchez, que considerou a cimeira da NATO "um êxito", tanto do ponto de vista "da unidade" da Aliança como do "interesse geral" de Espanha.

No contexto dos parceiros, e apesar da recusa do primeiro-ministro espanhol em alinhar com o objetivo pedido pela NATO, o seu homólogo belga reforçou, na quarta-feira, que os 32 membros da Aliança subscrevem "o mesmo texto" e "não há tratamentos especiais".

Sánchez em contra-corrente com a NATO? Se conseguir,

Sánchez em contra-corrente com a NATO? Se conseguir, "é um génio"

Ainda que com a recusa do primeiro-ministro espanhol, o seu homólogo belga reforça que os 32 membros da Aliança subscrevem "o mesmo texto" e "não há tratamentos especiais".

Lusa | 11:56 - 25/06/2025

Os 32 países da Aliança Atlântica acordaram, na quarta-feira, um aumento do investimento de 5% do PIB na área da defesa até 2035, com uma revisão dos objetivos em 2029.

"Unidos para fazer face às profundas ameaças de segurança e desafios, em particular a ameaça a longo prazo apresentada pela Rússia à segurança euro-atlântica e a persistente ameaça do terrorismo, os aliados comprometem-se a investir 5% do PIB anualmente em requerimentos de defesa, assim como em despesas relacionadas com defesa e segurança até 2035", referiram na Declaração da Cimeira de Haia (Países Baixos).

Leia Também: Trump diz que "abriu caminho para a paz" e espera investimento rápido

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