O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, reiterou a "importância crucial" de discutir com o Irão as modalidades para retomar "as suas atividades essenciais de monitorização e verificação o mais rapidamente possível".
Na quarta-feira, o Irão suspendeu a sua cooperação com a agência da ONU responsável pela segurança nuclear, contra a qual Teerão tem feito uma série de acusações na sequência dos bombardeamentos israelitas e americanos das suas instalações nucleares.
Israel, inimigo de Teerão desde a Revolução Islâmica de 1979, repudiou a decisão, que também foi condenada pela Alemanha e pelos Estados Unidos. A ONU qualificou-a como preocupante.
Alegando que o Irão estava perto de produzir armas nucleares, Israel lançou um ataque contra o país em 13 de junho, atingindo centenas de instalações nucleares e militares.
O Irão, que nega querer uma bomba atómica mas defende o seu direito a enriquecer urânio para fins civis, retaliou disparando mísseis e drones contra Israel.
Teerão ressalvou na quinta-feira que continua o seu comprometido com o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), apesar de ter suspendido a sua cooperação com a AIEA.
Uma lei promulgada pelo Presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, "não permite" que os inspetores da AIEA monitorizem as instalações nucleares, a menos que o país "garanta a segurança" das instalações, o que será decidido pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional.
Rafael Grossi, sublinhou, a 26 de junho, que a sua cooperação era "uma obrigação legal", enquanto o Irão continuasse a ser um "país signatário".
A legislação iraniana não especifica quais as medidas concretas que podem levar à suspensão da sua cooperação com a AIEA, cujos inspetores não têm acesso às reservas de urânio iraniano desde 10 de junho.
Vários países condenaram esta tomada de posição do Irão em relação à AIEA, com o Departamento de Estado dos Estados Unidos a afirmar na quarta-feira que considera "inaceitável que o Irão tenha optado por suspender a cooperação com a AIEA numa altura em que tem a oportunidade de inverter o rumo e escolher um caminho de paz e prosperidade".
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