Autoridades filipinas encontram restos de desaparecidos em lutas de galos

As autoridades filipinas encontraram hoje um saco com o que parecem ser ossos humanos carbonizados no fundo de um lago vulcânico onde procurava os corpos de 34 apostadores de lutas de galos, alegadamente mortos pela polícia.

Filipinas lutas de galos

© TED ALJIBE/AFP via Getty Images

Lusa
11/07/2025 11:17 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Filipinas

"Uma equipa da Polícia Nacional das Filipinas (...) em coordenação com a Guarda Costeira das Filipinas, recuperou um saco branco contendo o que parecem ser ossos humanos carbonizados", anunciou o Departamento de Justiça, em comunicado.

 

De acordo com o documento, as autoridades têm ainda de certificar se os restos mortais são humanos e, em caso afirmativo, vão realizar testes de ADN para verificar se pertencem a algum dos desaparecidos.

A estação filipina de televisão ABS-CBN avançou que as equipas de busca também localizaram outros sacos que ainda não foram recuperados.

Os possíveis restos mortais foram encontrados no lago em redor do Vulcão Taal, a sul de Manila, onde as equipas de mergulho continuam as buscas pelos desaparecidos.

O caso dos 'sabungeros', como são conhecidos os entusiastas das lutas de galos nas Filipinas, remonta a 2021.

Em apenas um ano, pelo menos 34 pessoas ligadas a estas competições e às lucrativas apostas 'online' em torno das lutas, muito populares nas Filipinas mas proibidas desde 2022, desapareceram.

Familiares e ativistas têm garantido, nos últimos anos, que os 'sabungeros' foram raptados e mortos na sequência de rivalidades nesse submundo multimilionário, e têm manifestado repetidamente frustração com a falta de progressos na investigação.

O incidente permaneceu "enterrado" até ao mês passado, quando um homem, Julie Patidongan, afirmou, em entrevista à à televisão nacional GMA, que os 34 foram mortos e depois atirados para o lago em redor do Vulcão Taal.

Patidongan alegou que os homicídios foram cometidos com a ajuda de polícias filipinos e acusou o empresário Charlie Ang, envolvido na organização de lutas de galos e para quem o denunciante trabalhava como segurança, de ordenar os desaparecimentos.

Segundo a testemunha, os aficionados e trabalhadores das lutas de galos foram estrangulados e mutilados antes de serem atirados ao lago.

Os investigadores policiais corroboraram os detalhes e as provas fornecidas pela testemunha, que serão utilizados em queixas criminais a apresentar pelo Departamento de Justiça contra os suspeitos, disse.

O denunciante afirmou ter decidido manifestar-se porque o seu ex-empregador estaria alegadamente a ameaçar matá-lo e porque queria ajudar a aliviar a agonia das famílias das vítimas.

Ang, por sua vez, negou as acusações e apresentou queixa contra o seu ex-funcionário na quinta-feira, acusando-o de ameaças e extorsão.

As autoridades filipinas detiveram e impuseram restrições há uma semana a 15 polícias suspeitos de estarem envolvidos nos desaparecimentos.

Embora proibida nos Estados Unidos e noutros países ocidentais, em grande parte devido às preocupações com a crueldade contra os animais, a luta de galos tem sido um passatempo popular e um desporto de apostas em muitas partes do sudeste Asiático, incluindo nas Filipinas, mas também na América Latina e em algumas partes da Europa.

O jogo envolve colocar dois galos - com arpões afiados ou lâminas de aço presas às patas - numa batalha, muitas vezes até à morte, no meio do rugido da multidão.

Leia Também: Presidente das Filipinas vai aos EUA discutir comércio e segurança na Ásia

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