Funcionários do Ministério da Defesa turco, que falaram sob anonimato à agência noticiosa norte-americana Associated Press, indicaram que Damasco também procura ajuda no combate a "organizações terroristas", incluindo o Estado Islâmico (EI).
A Turquia tem expressado a sua vontade de apoiar o novo governo sírio e manifestou disponibilidade para treinar e fornecer serviços técnicos de apoio às forças militares sírias.
Na terça-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, afirmou que Ancara está pronta para intervir militarmente na Síria caso os conflitos entre diferentes populações locais levarem a uma divisão territorial do país.
"Desde o início que nos interessámos pelo que está a acontecer no sul do nosso país. Os acontecimentos ganharam uma nova dimensão com a intervenção israelita, realizada sob o pretexto de proteger os drusos", disse Fidan, numa conferência de imprensa.
A Turquia tem criticado o envolvimento de Israel na sequência dos conflitos em Sweida, no sul da Síria, em que Telavive bombardeou posições militares das forças governamentais e efetuou dois ataques na capital do país.
O chefe da diplomacia turca acusa Israel de "tentar sabotar a paz, a estabilidade e a segurança da Síria com todas estas intervenções".
Ancara também apoia o acordo alcançado entre a administração síria interina e as Forças Democráticas da Síria (SDF), lideradas pelos curdos, para a integração no exército nacional da Síria.
A aplicação do acordo está bloqueada, sendo um dos principais pontos de discórdia a questão de saber se as SDF permanecerão como uma unidade coesa no novo exército ou se serão completamente dissolvidas.
Hakan Fidan advertiu os grupos curdos e outros grupos na Síria contra a exploração das tensões para obterem autonomia, afirmando que qualquer tentativa de dividir a Síria seria vista como uma ameaça direta à segurança nacional da Turquia e poderia levar a uma intervenção.
Ancara considera as SDF como uma organização terrorista devido à sua associação com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão, ou PKK, que tem travado uma longa insurreição na Turquia.
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