"Dados lançados": Netanyahu quer toda a Faixa de Gaza ocupada (e reféns?)

O chefe de governo de Israel, Benjamin Netanyahu, quer avançar com operações militares por toda a Faixa de Gaza, incluindo nos locais onde estão os reféns do Hamas. O exército discordará desta situação, mas Netanyahu já terá avisado chefe do Estado-Maior: "Demita-se."

benjamin netanyahu

© Graeme Sloan/Bloomberg via Getty Images

Teresa Banha com Lusa
05/08/2025 09:19 ‧ ontem por Teresa Banha com Lusa

Mundo

Médio Oriente

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, terá ordenado a ocupação militar de toda a Faixa de Gaza, e para esta semana - possivelmente para esta terça-feira - estará ainda agendada uma reunião com o gabinete de segurança para que sejam decididos os próximos passos.

 

A informação foi avançada na segunda-feira, por vários meios de comunicação israelitas, incluindo o Ynet e o Jerusalem Post. Segundo uma fonte próxima do assunto, foi dito em relação a este assunto: "Os dados estão lançados - vamos para a conquista total".

Note-se que o plano que Netanyahu terá colocado em cima da mesa não exclui as zonas em que os reféns do Hamas, israelitas, estão - o que significaria que avançar com o ataque colocaria os próprios israelitas no local em risco de vida. Uma fonte próxima do assunto disse à CNN Internacional que a parte da defesa discordou deste plano, exatamente por colocar em risco os reféns israelitas.

"Vão haver operações mesmo em áreas onde os reféns estão. Se o chefe do Estado-Maior do Exército discorda, deve demitir-se", terá sido dito pelos decisores, que se referiam ao general Eyal Zamir.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Gideon Sa'ar, foi questionado sobre a possibilidade de os ataques serem aumentados no território, respondendo que havia um "desejo de ver todos os reféns retornarem e o desejo de ver o fim desta guerra após o fracasso das negociações para um acordo parcial."

A CNN Internacional dá conta de que não é claro se esta abordagem está relacionada com a reunião com o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff. Note-se também as negociações com o Hamas, através de mediadores, não estão a decorrer de forma frutífera.

Nas últimas semanas, a fome em Gaza tem estado cada vez mais a descoberto, com fotografias da desnutrição em Gaza e histórias de crianças que morrem com menos peso do que com que nasceram a fazerem manchetes.

Já nos últimos dias, o Hamas publicou um vídeo no qual apareciam dois reféns, Evyatar David e Rom Braslavski. Os dois jovens aparecem desnutridos e um deles é visto com uma pá e diz que está a "cavar a própria sepultura". Na edição, misturada com as imagens de crianças desnutridas em Gaza, é colocada a frase: "Eles comem o que nós comemos."

"Eles comem o que comemos": A subnutrição em Gaza, os reféns e as reações

Imagens publicadas pelo Hamas mostram reféns israelitas magros e subnutridos, o que gerou indignação e acusações contra Benjamin Netanyahu (e também contra o grupo islamita). O primeiro-ministro de Israel pede ajuda humanitária para os reféns, e o Hamas diz que 'abre a porta' se houver ajuda humanitária em Gaza.

Teresa Banha | 08:48 - 04/08/2025

A imprensa internacional dá conta de que há cerca 50 reféns ainda em Gaza, e que se acredita que 20 estão vivos, como é o caso dos jovens que foram gravados.

Netanyahu reagiu a estas imagens e disse que parecia que o Hamas "não queria um acordo", mas sim quebrar Telavive com as "imagens horríveis e uma propaganda que estão a espalhar no mundo."

Já no fim de semana, milhares saíram à rua em Israel para colocar pressão no governo israelita, e o pai de um dos reféns acima citados disse: "O meu filho está a morrer. Vi isso com os meus próprios olhos. E o primeiro-ministro também viu isso. Ele sabe da situação dos reféns e, mesmo assim, escolhe uma e outra vez não o salvar."

Leia Também: Jornalistas exigem acesso a Gaza para "reportar de forma independente" 

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