Daniel O’Connell ficou conhecido como o homem que 'libertou' a Irlanda. A sua história permanece viva anos após a sua morte por um pormenor envolto em mistério.
No leito da morte, o homem proferiu uma frase que se manteve eterna: "O meu corpo à Irlanda, o meu coração a Roma e a minha alma ao céu".
Esta quarta-feira, assinalaram-se os 250 anos da sua morte e as celebrações ficam marcadas por uma questão que continua a ser uma incógnita: "Onde está o coração" de Daniel?
Após a sua morte, em 1847, o coração de Daniel O'Connell foi enviado para Roma e guardado como uma relíquia preciosa no Colégio Irlandês em Santa Ágata dei Goti [ou igreja dos godos], mas em 1927 as autoridades descobriram que tinha desaparecido.
"É chocante como é que desapareceu simplesmente assim", considera Maurice O'Connel, sobrinho-neto do homem, impulsionando uma nova busca pelo órgão nesta altura de celebrações.
"Se não vão investigar agora, nunca vão fazê-lo, pelo que pelo menos agora há algo que incentive a que se se faça isso. Penso que o Governo tenha interesse em ajudar [a resolver] a história de Daniel O’Connell", acrescentou, citado pelo The Guardian.
O homem revela ainda que gostaria de ver o coração do 'libertador da Irlanda' a ser posto na ilha de Abbey, onde esta sepultada a sua mulher, Mary. "Seria fantástico se o seu coração se reunisse com ela".
Desaparecimento do coração
O coração de Daniel O'Connell foi embalsamado e acredita-se que tenha sido colocado numa urna guardada atrás de uma placa de mármore na parede da igreja do Colégio Irlandês. Quando o Colégio Irlandês se mudou para outro local em 1927, a urna não foi encontrada.
Uma das teoria acerca do sucedido é que ela foi levada junto com outros restos mortais durante as obras de ampliação do Banco da Itália. Outra teoria é que foi transferido para um caixão de prata, que foi alvo de ladrões.
"Que tragédia, pensar que o coração de O'Connell possa ter sido levado e roubado", afirmou o historiador John Crotty à RTÉ, revelando, contudo, que permanece a esperança de que a urna do coração "possa estar em Campo Verano ou que ainda hoje esteja debaixo da capela dos godos".
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