Ataque de dimensões sem precedentes a tropas israelitas em Gaza

O Exército israelita afirmou hoje ter matado 10 combatentes do Hamas na Faixa de Gaza ao repelir um ataque do braço armado do movimento islamita palestiniano, que declarou ter matado um número indeterminado de soldados israelitas.

Ataque israelita, faixa de gaza

© EYAD BABA/AFP via Getty Images

Lusa
20/08/2025 16:51 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Médio Oriente

A imprensa israelita afirmou tratar-se do maior ataque a tropas israelitas em Gaza desde o início da guerra, desencadeada a 07 de outubro de 2023 pelo ataque realizado pelo Hamas em Israel.

 

"Hoje, pelas 09h00 (07h00 de Lisboa), mais de 15 terroristas emergiram de várias bocas de um túnel adjacente a um posto avançado do 90.º Batalhão no sul de Khan Yunes", no sul da Faixa de Gaza, indicou o Exército israelita num comunicado.

Os atacantes "levaram a cabo um ataque combinado com armas de fogo e mísseis antitanque na direção do posto. Vários deles, que estavam a tentar infiltrar-se no posto, foram eliminados em combates corpo a corpo e ataques aéreos de apoio".

"Um soldado das Forças Armadas de Israel ficou gravemente ferido e dois sofreram ferimentos ligeiros", disse o Exército, que afirmou ter morto "10 terroristas" e divulgou imagens dos ataques aéreos.

Oito atacantes conseguiram retirar para o túnel.

"O incidente ainda está em curso e as tropas prosseguem as operações para os localizar e eliminar", acrescentou o Exército.

O jornalista Doron Kadoch, da rádio militar israelita, disse que este foi um "ataque de exceção" desde o início da guerra.

O objetivo era sequestrar soldados, enquanto está em discussão uma proposta de acordo para libertar os reféns sequestrados a 07 de outubro e um cessar-fogo no território palestiniano, afirmou o canal 12 da televisão israelita.

Num comunicado, as Brigadas Ezzedin al-Qassam, braço armado do Hamas, relataram "um ataque realizado esta manhã" pelos combatentes "a uma posição inimiga recém-estabelecida a sudeste de Khan Yunes".

Apoiados por morteiros, os combatentes "tomaram de assalto o local e atacaram vários tanques (...) e casas onde ocupantes [soldados israelitas] estavam entrincheirados", indicou o braço armado do Hamas, afirmando ter abatido "um comandante de tanque".

Um dos combatentes das brigadas "fez-se explodir no meio dos soldados" israelitas, "deixando-os mortos e feridos", sem mencionar baixas nas fileiras, descreveu, na mesma nota.

Contactado pela agência de notícias francesa AFP, um porta-voz do Exército israelita negou estas últimas afirmações, no que diz respeito a um ataque suicida e a qualquer tentativa de sequestro dos militares.

Israel declarou a 07 de outubro de 2023 uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis, e sequestrando 251.

A guerra fez, até agora, 62.122 mortos, na maioria civis, e 156.758 feridos, além de milhares de desaparecidos, presumivelmente soterrados nos escombros, e mais alguns milhares que morreram de doenças, infeções e fome, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.

Prosseguem também diariamente as mortes por fome, causadas pelo bloqueio de ajuda humanitária durante mais de dois meses, seguido da proibição israelita de entrada no território de agências humanitárias da ONU e organizações não-governamentais (ONG).

Alguns mantimentos estão desde então a entrar a conta-gotas e a ser distribuídos em pontos considerados seguros pelo Exército, que regularmente abre fogo sobre civis palestinianos famintos, tendo até agora matado 2.018 e ferido pelo menos 13.863.

Há muito que a ONU declarou o território em grave crise humanitária, com mais de 2,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" e "o mais elevado número de vítimas alguma vez registado" pela organização em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

Já no final de 2024, uma comissão especial da ONU tinha acusado Israel de genocídio em Gaza e de estar a usar a fome como arma de guerra, situação também denunciada por países como a África do Sul junto do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), uma classificação igualmente utilizada por organizações internacionais e israelitas de defesa dos direitos humanos.

Leia Também: Macron alerta para desastre da ofensiva contra cidade de Gaza

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