O Centro de Operações de Emergência do Ministério da Saúde Pública do Líbano informou em comunicado que um ataque aéreo contra Al Haoush, no distrito de Tiro, feriu sete pessoas.
Antes, as FDI anunciaram ter atacado "alvos terroristas do Hezbollah no Líbano", incluindo depósitos de armas e um lança-mísseis.
"A presença das instalações de armazenamento de armas, das infraestruturas terroristas e do lançador que foram atingidos constituiu uma violação dos acordos entre Israel e o Líbano", referiram ainda as FDI.
"As FDI continuarão a operar para eliminar qualquer ameaça ao Estado de Israel", concluíram.
Segundo a Agência Nacional de Notícias (ANN) libanesa, o ataque aéreo em Al Haoush foi realizado por um 'drone' contra um local próximo de várias habitações.
A mesma fonte confirmou também ataques nas zonas de Wadi al-Zarariyeh e Qalaat Mays.
Apesar do cessar-fogo acordado entre os dois países, em 27 de novembro de 2024, Israel continuou a atacar o Líbano, alegando visar membros do Hezbollah ou infraestruturas pertencentes ao movimento apoiado pelo Irão.
O ataque ocorre numa altura em que o governo libanês discute o desarmamento do Hezbollah, algo que o movimento xiita condiciona a um fim prévio dos bombardeamentos israelitas e à retirada das tropas de Israel do território libanês.
Há duas semanas, o Conselho de Ministros libanês encarregou o exército de preparar um plano para o desarmamento do Hezbollah, a ser implementado antes do final do ano.
Após a guerra do ano passado, o Estado libanês procura limitar a posse de armas exclusivamente às forças de segurança oficiais, mas até agora tem favorecido a rendição voluntária do Hezbollah para evitar a eclosão de potenciais conflitos internos.
Nos termos do acordo de trégua com Israel, o Hezbollah deveria retirar os seus combatentes para o norte do rio Litani, a cerca de 30 quilómetros da fronteira israelita, onde apenas devem ser destacados o exército libanês e as forças de manutenção da paz das Nações Unidas.
Israel, que deveria ter retirado completamente as suas tropas, mantém-nas em cinco posições fronteiriças que considera estratégicas.
Telavive acusou as autoridades libanesas de não fazerem o suficiente para desarmar o grupo xiita.
Juntamente com o Hamas em Gaza, os Huthis no Iémen e outros movimentos armados de menor dimensão no Médio Oriente, o Hezbollah faz parte do chamado "eixo da resistência", que agrupa aliados iranianos que concertam ações contra Israel.
A campanha militar de Israel contra o Hezbollah em 2024 saldou-se pela eliminação de alguns dos seus principais líderes, centenas de combatentes e equipamento militar, incluindo 'rockets' e mísseis usados em ataques contra território israelita.
O Hezbollah começou a lançar projéteis contra Israel no dia seguinte aos ataques do seu aliado palestiniano Hamas em território israelita, em 07 de outubro de 2023, que provocaram a guerra em curso na Faixa de Gaza.
O Presidente do Líbano pediu na terça-feira um prolongamento do mandato da Força de Manutenção da Paz da ONU no sul do país (Finul), questão que está a ser examinada pelo Conselho de Segurança.
"Qualquer limitação temporária do mandato da Finul (...) terá um impacto negativo na situação, enquanto Israel continua a ocupar porções do território libanês", declarou Joseph Aoun, de acordo com um comunicado da presidência libanesa.
O Conselho de Segurança da ONU iniciou na segunda-feira o debate de uma resolução apresentada pela França para renovar o mandato da Finul por um ano, até 31 de agosto de 2026, mantendo a "intenção [do Conselho] de trabalhar no sentido de uma retirada".
Vários meios de comunicação social noticiaram que Israel e os Estados Unidos se opõem à extensão do mandato da Finul, presente na fronteira entre Israel e o Líbano desde 1978.
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