Na sua intervenção inicial no debate parlamentar preparatório do Conselho Europeu de 26 e 27 de junho, Luís Montenegro destacou a necessidade de reforçar a competitividade e a autonomia estratégica europeia.
"Necessitamos de uma aposta ainda maior na inovação, na investigação, no desenvolvimento tecnológico, na qualificação dos trabalhadores e também temos, por uma vez, de completar o mercado europeu de energia, sem o qual as nossas empresas continuarão a ter dificuldade em poder concorrer em condições de igualdade nos mercados internacionais", advertiu.
Por outro lado, assinalou que, tanto na Europa como em Portugal, "é prioritário diminuir a burocracia, o excesso de regulamentação e todos os aspetos que acabam por ser impeditivos de maior competitividade económica também no nosso espaço europeu".
"No plano externo, temos vindo a assinalar, e assim faremos mais uma vez, a necessidade de termos maior capacidade exportadora em toda a União e, para isso, é preciso também diversificarmos os mercados para os quais podemos, precisamente, exportar", referiu.
Tal como tem referido, o primeiro-ministro português considerou "inconcebível que se continue sem implementar o acordo alcançado entre a União Europeia e o Mercosul".
"É uma boa estratégia, aquela que tem vindo a ser seguida, de reforço das parcerias com outros parceiros comerciais, como o Canadá, o Japão, a própria China, ou com regiões estratégicas em África, na América Latina ou nas Caraíbas", defendeu.
Montenegro considerou também importante que Portugal continue a estreitar os seus laços com "parceiros históricos, como os Estados Unidos da América e o Reino Unido".
O Conselho Europeu da próxima semana, que abordará também matérias de segurança e defesa, vai realizar-se imediatamente após a Cimeira da NATO, em Haia, com o primeiro-ministro a reiterar a posição que o Governo adotará nessa reunião.
"Assumiremos, de forma formal, o objetivo de atingir 2% do nosso PIB em investimento na área da defesa, estando à altura das responsabilidades e dos compromissos que assumimos ao longo dos anos e que se tornam, neste momento, ainda mais prementes", referiu.
Montenegro insistiu que investir na defesa hoje "deve ser encarado como um meio de salvaguardar os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos e salvaguardar também a soberania económica".
"O Conselho, uma vez mais, reiterará o apoio incondicional à Ucrânia e ao seu posicionamento num contexto em que se procura alcançar uma paz, uma paz duradoura, uma paz justa, que só pode ser alcançada com a Ucrânia e com a Europa", referiu.
O primeiro-ministro elencou ainda entre os temas a abordar na reunião de Bruxelas o cumprimento do Pacto de Asilo e Migrações e a evolução da situação em Gaza, e em todo o Médio Oriente, "agudizada com o conflito entre Israel e o Irão", sobre o qual não fez mais comentários na sua primeira intervenção.
"Este é um Conselho Europeu importante, que entendemos pode projetar uma Europa mais competitiva, mais aberta, uma Europa também mais unida, que possa ter maior capacidade de influência no panorama internacional", disse.
O Conselho Europeu reúne-se em Bruxelas nos próximos dias 26 e 27 de junho, para debater temas como a guerra na Ucrânia, estando prevista uma conversa com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, além da situação no Médio Oriente, as migrações e a defesa europeia comum.
Entre outros temas elencados pelo presidente do Conselho Europeu, o ex-primeiro-ministro português António Costa, na carta de convite dirigida aos membros do Conselho Europeu, estão os Balcãs ocidentais, o processo de adesão da Moldova e o aprofundamento do mercado comum.
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