À chegada a Maputo, ao final do dia, para participar nas comemorações dos 50 anos da proclamação da independência de Moçambique, em 25 de junho de 1975, questionado pela Lusa, o chefe de Estado reconheceu a importância da comunidade moçambicana em Portugal.
"Nós temos uma comunidade moçambicana muito querida em Portugal, pequena, pequena comparada com as comunidades dos (outros) países de língua oficial portuguesa, a brasileira é enorme, são centenas de milhares, a angolana é perto de 100.000, a cabo-verdiana é, tradicionalmente, muitas dezenas de milhares, a moçambicana mais pequena, como outras, aliás. Mas nós vemos sempre com grande carinho o contributo daqueles que falam português. Como eles veem com grande carinho o contributo de Portugal e dos portugueses que aqui estão", disse o Presidente português.
Marcelo Rebelo de Sousa deu ainda o exemplo das cerimónias de comemoração dos 50 anos da independência de Cabo Verde, em 05 de julho, recordando a importância dada pelas autoridades luxemburguesas, onde reside e trabalha uma importante comunidade cabo-verdiana, algo sobre o qual, defendeu, "os portugueses ganhavam em refletir".
"Vai aparecer uma delegação luxemburguesa, com o chefe de Estado, o presidente do parlamento e o primeiro-ministro, para agradecer a Cabo Verde o papel dos cabo-verdianos na vida de Luxemburgo. Ora, o Luxemburgo não é propriamente um país subdesenvolvido, nem económica, nem social, nem culturalmente", apontou o chefe de Estado português.
"E isto vale a pena ser pensado. Eles acham que devem agradecer a imigração. Nós achamos, muitos portugueses, que é bom haver as relações que existem entre os povos que partilham a mesma língua, porque podem dar contributos importantes uns aos outros", acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.
Moçambique celebra quarta-feira os 50 anos de independência, com a cerimónia principal, em Maputo, dirigida pelo Presidente da República, Daniel Chapo, e com a presença de 32 chefes de Estado, incluindo o de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.
As cerimónias centrais vão decorrer no histórico Estádio da Machava, na capital moçambicana, local onde o primeiro Presidente do país, Samora Machel, proclamou a independência às primeiras horas de 25 de junho de 1975, após uma luta contra o regime colonial português que começou em 25 de setembro de 1964.
Além do discurso oficial do Presidente da República, a cerimónia inclui desfiles militares, momentos culturais, uma mensagem dos representantes dos cidadãos que completam 50 anos de idade (mesmo período da independência) e uma intervenção do líder do Podemos, enquanto maior partido da oposição.
São esperadas pelo menos 40.000 pessoas no estádio da Machava, que tem capacidade oficial para 45.000 pessoas, num evento marcado também pela chegada da chama da unidade, depois de percorrer todo o país, desde 07 de abril. A chama será utilizada nesse momento, pelo chefe de Estado, para acender a pira do estádio.
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