Portugal tem enfrentado dias de calor extremo, mas será que podemos esperar mais ondas de calor em julho? As previsões indicam que o mês vai ser "duro" no diz respeito ao calor, mas também à precipitação, uma vez que pode "provocar desequilíbrios inesperados", segundo o especialista da Meteored Portugal Alfredo Graça.
Tudo indica que são esperadas temperaturas com valores acima da média climatológica de referência para o mês de julho na maior parte do continente. De acordo com a análise do geógrafo, julho vai iniciar-se com um estado de tempo "substancialmente mais quente do que o normal".
Assim, na maioria das regiões, especificamente nos distritos de Bragança, Vila Real, Viseu, Guarda, Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Castelo Branco, Portalegre, Santarém, Évora, Beja e Faro, "preveem-se temperaturas elevadas a muito elevadas".
"Apesar do tempo normal de julho ser marcado pelo calor intenso", Alfredo Graça destaca que a tendência revelada pelos mapas da Meteored para as próximas semanas "é preocupante".
"É expectável que as próximas semanas sejam duras, quer quanto às temperaturas, quer até mesmo quanto à precipitação", realça.
Contudo, "ainda não é possível dizer se vamos sofrer mais do que uma onda de calor em julho, uma vez que estas situações costumam ser confirmadas alguns dias antes nos episódios mais extremos ou após a análise dos registos de um conjunto de estações oficiais".
No que diz respeito à precipitação em específico, o geógrafo destaca que a "chuva escasseia em Portugal no sétimo mês do ano", com exceção de certas zonas onde, pontualmente, é mais forte e localizada, contudo, quando ocorre, "pode prejudicar gravemente as culturas agrícolas e provocar desequilíbrios inesperados a nível hídrico e dos solos".
Os mapas "não apostam numa tendência definida para as próximas semanas". Ainda assim, "tudo indica que a crista anticiclónica será bastante persistente na metade oeste (ou ocidental) do Mediterrâneo" e a "possibilidade de chegada de mais bolsas de ar frio existe, e isto, provocaria, potencialmente, novos episódios de aguaceiros e/ou granizo e talvez trovoada em várias regiões".
As recomendações
Por causa da onde de calor que atinge o país, a Direção-Geral da Saúde (DGS) alertou para os riscos para a saúde, recomendando que se beba água, evite bebidas alcoólicas e opte por ambientes frescos ou climatizados.
No conjunto de recomendações divulgadas na sexta-feira na sua página da internet, aconselha a que as pessoas se mantenham em ambientes frescos ou climatizados pelo menos por duas a três horas por dia, evitem a exposição direta ao sol, principalmente entre as 11h00 e as 17h00, utilizem protetor solar com fator igual ou superior a 30, renovando a sua aplicação de duas em duas horas e após os banhos na praia ou piscina.
Recomenda ainda os cidadãos a usarem roupas de cor clara, leves e largas, cobrir a maior parte do corpo e nao esquecer do chapéu e óculos de sol, com proteção ultravioleta, e alerta para a necessidade de dar atenção especial a grupos mais vulneráveis ao calor, tais como crianças, pessoas idosas, doentes crónicos, grávidas, trabalhadores com atividade no exterior e diz que as crianças com menos de seis meses de idade não devem estar sujeitas a exposição solar, direta ou indireta.
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