Isaltino Morais e Carlos Moedas, presidentes das câmaras municipais de Oeiras e Lisboa, respetivamente, falavam na apresentação do transporte elétrico em via dedicada (BRT) que irá ligar os dois concelhos, num investimento total na ordem dos 93,5 milhões de euros, e que deve entrar em funcionamento em 2028.
"Oeiras está disponível, e Lisboa até devia agradecer (...) Lisboa e o Governo. Oeiras está disponível para participar na Carris, no capital da Carris, por uma razão muito simples, pela mesma razão que agora pretendemos este BRT de Algés a Benfica, a Alcântara. Portanto, faz todo o sentido que o município participe nas empresas de transporte público que servem o seu território", disse Isaltino Morais.
O autarca lembrou que "dê prejuízo ou dê lucro", o município está disposto a assumir a sua responsabilidade, frisando que terá de ser estudada a forma de poder entrar na empresa.
Isaltino Morais revelou não querer entrar na empresa "para controlar" e, como tal, terá de ser "na medida e na percentagem correspondente àquilo [em] que o território é servido, ou passa a ser servido".
Por seu turno, Carlos Moedas disse aos jornalistas que tal possibilidade existe, até porque a sede da Carris se encontra implementada em Miraflores, no concelho de Oeiras, considerou.
"Bom, essa disponibilidade existe, obviamente, até porque nós estamos aqui no município de Oeiras. Mas nós temos de deixar de pensar na mobilidade como alvo de município para uma mobilidade que é urbana e metropolitana, mas onde Lisboa tem um papel central. Ou seja, é em Lisboa, que é uma cidade de 546 mil habitantes, [em] que quase um milhão de pessoas entram e saem todos os dias", afirmou Carlos Moedas.
O presidente da câmara de Lisboa lembrou, igualmente, que Isaltino Morais "também já disse várias vezes que o município de Lisboa é um município central "que, obviamente, respeita de igual para igual todos os outros, mas tem essa centralidade".
"A Carris não é uma empresa para dar lucro, mas também não dá prejuízo, é uma empresa que, sem prejuízo ou lucro, é uma empresa que deve servir as pessoas", afirmou Moedas.
A Câmara Municipal de Lisboa gere a empresa desde 2017. De acordo com dados da Carris, em 2024 faziam parte do universo da empresa 777 autocarros, 64 elétricos, três ascensores e um elevador, e 1.823 tripulantes - motoristas e guarda-freio, num total de 2.505 trabalhadores da empresa.
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