A Força Aérea Portuguesa (FAP) partilhou, com o Notícias ao Minuto, um vídeo do "resgate complexo" de um turista, de 31 anos, que subiu ilegalmente à Montanha do Pico, nos Açores, e perdeu-se do trilho oficial.
Nas imagens é possível ver os militares a aproximarem-se da montanha, no helicóptero EH-101 Merlin e um deles a sair da aparelho aéreo e descer até ao neerlandês, para o salvar da escarpa onde acabou por ir ter.
Através do vídeo é possível perceber o quão desafiante foi este resgate, que poderia ter sido evitado se o turista em questão tivesse passado pela Casa da Montanha, como é obrigatório, antes de iniciar a visita.
Num comunicado, entretanto, enviado às redações a Força Aérea conta o que aconteceu, desde que foi ativada.
Encurralado em "zona escasparda, a 7 mil pés de altitude"
De acordo com os militares, o homem encontrava-se "encurralado numa zona escarpada da montanha, a cerca de 7 mil pés de altitude [aproximadamente 2.134 metros de altitude]", numa "zona de muito difícil acesso — a vertente norte da montanha, conhecida como Areiro de Santa Luzia — impossibilitando a extração através dos meios terrestres em condições de segurança".
Conta ainda a Força Aérea que o turista apresentava ainda "sinais de exaustão e desidratação".
Foi o próprio contactou o Centro de Coordenação de Busca e Salvamento das Lajes (RCC Lajes), da Força Aérea, "pedindo auxílio e dando informações vitais para o socorro, nomeadamente a partilha de localização, condições físicas, tempo de bateria restante no telemóvel e quantidade de água disponível".
"De imediato, o RCC Lajes reportou à Casa da Montanha, responsável pelo apoio e controlo das subidas e descidas na montanha do Pico, que procedeu à ativação de uma equipa de resgate dos Bombeiros da Madalena", revela ainda a FAP.
Durante o processo de busca no terreno, "o RCC Lajes foi o elo de ligação entre o homem e a equipa de resgate". No entanto, a localização exata tornou-se "mais difícil e morosa" por este se encontrar em "constante movimento".
Após avaliação do cenário, "por razões de segurança", a equipa de resgate considerou inviável a extração por terra, face ao perigo para os operacionais e para o próprio, recomendando o empenhamento de meios aéreos, tal como já tinha dito, ao Notícias ao Minuto, a Comandante dos Bombeiros Voluntários da Madalena, Lisa Cunha.
Solicitado pelo Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, o helicóptero da Força Aérea, sediado na Base Aérea N.º 4, ilha Terceira, foi então acionado, seguindo de imediato para o local.
A vítima acabou por ser resgatada com sucesso uma hora depois e transportada para o Aeroporto do Pico, de onde seguiu para uma unidade de saúde local por meios terrestres.
O helicóptero da Esquadra 752 – Fénix regressou à unidade, totalizando 2h de voo.
Multa e despesas de resgate
Recorde-se que o turista em questão pode vir a pagar uma multa - de milhares de euros - por ter subido, como apurou o Notícias ao Minuto, sem efetuar o registo obrigatório na Casa da Montanha e sem equipamento próprio.
Além disso, como realça a Casa da Montanha, no site do Governo Regional dos Açores, poderá ter de assumir também "as despesas inerentes ao resgate efetuado em resultado do incumprimento, ainda que negligente, do regulamento".
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