"Neste momento, temos um cenário bastante favorável, conseguimos ter trabalho muito eficaz das equipas durante a noite, apoiadas também com quatro máquinas de rasto que fizeram a consolidação de grande parte do perímetro", afirmou José Requeijo, num ponto de situação feito pelas 08h00.
Segundo o comandante, esta manhã "ainda há alguns pontos quentes" e uma linha de fogo a arder com média intensidade" e "com difícil acesso".
"Que nos preocupa, agora com o aumento das temperaturas, mas que está, digamos, sob o nosso domínio neste momento. Estamos também a aguardar a chegada de reforço de médios aéreos, que estão pedidos, para consolidar e extinguir pontos quentes com maiores dificuldades de acessos dos meios terrestres", afirmou o comandante.
No combate a este fogo estão 102 veículos e 294 operacionais.
O alerta para o incêndio foi dado pelas 14:23 de sábado, em São Cibrão, Vila Real, prosseguindo para Sabrosa onde se aproximou de várias localidades, como Anta, Garganta e São Martinho de Anta, onde foram retirados 19 utentes por precaução, os quais regressam esta manhã ao edifício.
O vereador da Proteção Civil de Sabrosa, António Araújo, disse que o fogo queimou zonas de mato, pinhal e eucaliptos e ainda quintas de algumas habitações.
Arderam ainda cabos da rede telefónica na estrada entre Garganta e São Martinho de Anta, a qual está cortada ao trânsito por causa de postes e cabos caídos.
Este é já o segundo grande incêndio que afeta o concelho, no espaço de duas semanas, com o primeiro a queimar cerca de 600 hectares na zona de Souto Maior.
"Esta situação está-nos a preocupar muito, embora que tivéssemos feito um trabalho de prevenção que é preciso referir. Estes dois incêndios passaram-nos por dois pontos da rede primária onde foi gerido o seu combustível antes do verão", referiu o vereador.
As causas do incêndio estão a ser investigadas pelas forças de segurança, GNR e Polícia Judiciária (PJ).
José Requeijo espera que a manhã, com pouco vento, traga uma "janela de oportunidade (...) relativamente à atividade e intensidade do fogo".
No entanto realçou que as "condições meteorológicas vão ser adversas", esperando-se um dia muito quente, pelo que o comportamento do fogo pode provocar alguma alteração.
O comandante sub-regional do Douro apontou ainda a outros dois incêndios que estão em curso no concelho de Vila Real, e que estão a causar preocupações.
"Temos que estar aqui, no fundo, a dividir meios e esta dificuldade também acresce à extinção deste fogo", referiu o comandante.
Portugal continental está, entre hoje e quinta-feira, em situação de alerta devido ao elevado risco de incêndio nos próximos dias, anunciou no sábado a ministra da Administração Interna.
"Face ao agravamento das previsões meteorológicas que apontam um risco significativo de incêndio rural, o Governo decidiu declarar situação de alerta em todo o território continental", disse Maria Lúcia Amaral, numa declaração ao país, sem direito a perguntas.
A situação de alerta entrou em vigor às 00h00 de domingo e prolonga-se até às 23h59 de quinta-feira.
[Notícia atualizada às 09h05]
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