O Instituto da Segurança Social abriu um processo de averiguação ao incêndio que deflagrou no Lar Bom Samaritano, da Santa Casa da Misericórdia de Mirandela, no qual morreram seis idosos e outros cinco ficaram gravemente feridos.
Segundo a Segurança Social, em declarações à RTP, "o estabelecimento cumpria o plano de segurança de acordo com as disposições legais e dez minutos antes tinha sido efetuada uma visita aos quartos".
O instituto garantiu ainda que "está, em articulação com a autarquia, a autoridade de saúde e as entidades policiais, a prestar todo o apoio necessário aos idosos e famílias e a acompanhar a sua transferência".
O incêndio, que deflagrou pelas 5h00 deste sábado, provocou a morte a seis idosos e deixou 25 pessoas feridas, cinco das quais com gravidade.
O incêndio terá começado num "colchão antiescaras", num quarto com três utentes e as seis vítimas mortais são os três idosos que estavam nesse quarto e outros três que não resistiram à inalação de fumo.
O provedor da instituição, Adérito Gomes, também já tinha adiantando que, pelas câmaras de vigilância do lar, que já foram analisadas, foi possível perceber que as colaboradoras fizeram a ronda 10 minutos antes de começar a "sair fumo por baixo da porta do quarto" onde estavam três utentes que acabaram por morrer.
Num período de "20 segundos", segundo Adérito Gomes, o corredor ficou completamente cheio de fumo e foi aí que as funcionárias pediram ajuda.
Já Paulo Pereira, que vive a poucos metros do lar e foi o primeiro auxílio, salvando três pessoas, contou que tentou apagar o fogo com os extintores, mas, dos três em que pegou, "apenas um funcionou".
As causas do incêndio estão a ser investigadas e o incidente passou para a alçada da Polícia Judiciária (PJ), que esteve no lar a recolher provas.
Segundo explicou o Comando Distrital da PSP de Bragança, a corporação tomou conta da ocorrência quando chegou ao local, mas, uma vez que houve mortes e feridos, o caso foi encaminhado para a PJ e para o Ministério Público.
Após o incêndio, os utentes do lar que não sofreram quaisquer ferimentos foram transferidos para outros lares da Misericórdia. No total, residiam 89 idosos no lar.
O município de Mirandela prestou também apoio psicológico, logístico aos familiares dos utentes, encaminhando-os para o Centro de Apoio à Vítima, instalado no pavilhão do INATEL.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, já apresentaram "sentidas condolências" aos familiares das vítimas do "trágico" incêndio.
A Câmara Municipal de Mirandela, por sua vez, decretou três dias de luto municipal, "cancelando os eventos de organização direta e partilhada pela autarquia".
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