"Face à extensão e gravidade da situação que se vive no concelho, a Câmara Municipal da Covilhã vem informar que o incêndio está fora de controlo, estando desenvolver-se numa área muito extensa e a partir de duas frentes (Erada e São Jorge da Beira), pelo que se apela a toda a população para que se proteja", alerta a autarquia na rede social Facebook.
Na nota, o município alerta que perante a "violência e rapidez das chamas, os meios são manifestamente insuficientes para acorrer a todas as necessidades e o dispositivo no terreno terá de ter como prioridade defender pessoas e habitações".
A autarquia, que já tinha lançado um alerta no domingo à noite, aconselha as populações de todas as freguesias afetadas, com especial atenção para a zona sul do concelho, a procurar garantir a sua segurança, evitando qualquer comportamento que as possa colocar em risco.
Pede igualmente a todas as pessoas que se mantenham em zonas seguras, que adotem comportamentos de autoproteção e que sigam as indicações das autoridades no terreno.
"Solicita-se igualmente que evitem deslocações desnecessárias, para minimizar riscos e para não interferir com as operações de socorro", indica a autarquia.
O incêndio que começou na madrugada de quarta-feira, em Piódão (Arganil), estendeu-se, depois, aos concelhos de Oliveira do Hospital e Pampilhosa da Serra, também do distrito de Coimbra, bem como a Seia (Guarda) e Covilhã (Castelo Branco).
Contactada pela agência Lusa, fonte do Comando Sub-regional Beiras e Serra da Estrela adiantou que este incêndio "passou durante a noite para o concelho do Fundão na zona da freguesia de Silvares".
De acordo com a fonte, o incêndio que começou no Piódão tem várias frentes, estando às 07:00 a mobilizar 1.089 operacionais, com o apoio de 364 meios terrestres.
A Câmara do Fundão, distrito de Castelo Branco, ativou o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil a partir das 00:00 de hoje, devido aos incêndios no concelho vizinho da Covilhã e que estavam na altura na "iminência de entrar" no seu território.
Segundo os dados disponibilizados na página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), cinco incêndios considerados significativos e ainda ativos mobilizavam às 07:20 cerca de 2.000 operacionais.
Trata-se dos incêndios em Arganil-Piodão, em Poiares, em Mirandela, em Sabugal e Aldeia de Santo António e em Tarouca.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro, num contexto de temperaturas elevadas que motivou a declaração da situação de alerta desde 02 de agosto.
Os fogos provocaram dois mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, na maioria sem gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual deverão chegar, na segunda-feira, dois aviões Fire Boss para reforço do combate aos incêndios.
Segundo dados oficiais provisórios, até 18 de agosto arderam 185.753 hectares no país, mais do que a área ardida em todo o ano de 2024.
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