Vulcão do Fogo nos Açores emite mais de 200 toneladas de CO2 por dia

O vulcão do Fogo em São Miguel, Açores, emite diariamente mais de 200 toneladas de dióxido carbono (CO2), comparável a vulcões em erupção, mas não representa um problema de saúde pública, concluiu um estudo científico.

vulcão do Fogo

© Getty Images

Lusa
18/08/2025 14:35 ‧ há 1 hora por Lusa

País

Estudo

Em declarações à agência Lusa, uma das autoras, Fátima Viveiros, explicou que a investigação permitiu quantificar pela primeira vez o CO2 emitido pelos três campos fumarólicos do Fogo: Caldeira Velha, Caldeiras da Ribeira Grande e Pico Vermelho.

 

"Aquilo que se conclui é que mesmo áreas vulcânicas que estão adormecidas, ou seja, potencialmente ativas, podem emitir quantidade de dióxido carbono até bastante elevadas, ao nível de vulcões que estão em atividade e em erupção", afirmou.

O estudo juntou investigadores do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), do Instituto de Vulcanologia e Avaliação de Riscos (IVAR) da Universidade dos Açores e do departamento de Ciências da Terra da Universidade de Palermo (Itália).

Para calcular os níveis de CO2 emitidos pelo vulcão localizado na zona central da maior ilha açoriana, os cientistas utilizaram uma "técnica desenvolvida pela Universidade de Palermo" aplicada para o vulcão Solfatara (perto de Nápoles).

O estudo, publicado na revista científica 'Applied Geochemistry', com Fátima Viveiros, António Cordeiro e Alessandro Aiuppa como autores, estimou que o vulcão de Fogo emite cerca de 232 toneladas de CO2 por dia.

"Quando somamos a contribuição dos três campos fumarólicos do Fogo estamos com valores acima das 200 toneladas de dióxido de carbono por dia e isso é comparável até à emissão de dióxido de carbono de alguns vulcões da América do Sul que têm atividade vulcânica frequente", comparou.

Apesar dos valores, Fátima Viveiros salientou que as emissões não representam um problema para a saúde pública, porque o "gás dilui-se na atmosfera", lembrando, também, que o acesso aos campos fumarólicos está "limitado".

"Os campos fumarólicos, em termos de acessibilidade e de exposição para a saúde, tal qual como estão atualmente e se os visitantes cumprirem as regras - e esta parte é fundamental - não revelam problemas para a saúde", reforçou.

A professora da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade dos Açores destacou a importância da investigação para "monitorizar o sistema vulcânico", já que a quantidade de CO2 representa um "grande indicador" que "importa conhecer" para detetar "potenciais alterações".

O cálculo da quantidade de CO2 emitido é "igualmente importante" devido às alterações climáticas, lembrou.

Segundo disse, também vai ser desenvolvido um estudo para quantificar os níveis de CO2 emitido pelo vulcão das Furnas, na ilha de São Miguel, seguindo-se estudos em todas as zonas fumarólicas dos Açores.

O estudo decorreu no âmbito do projeto de investigação MAGAT - 'from MAGma to ATmosphere'.

O vulcão do Fogo, também conhecido por maciço vulcânico da Serra de Água de Pau, tem uma caldeira no seu topo, a Lagoa do Fogo, que é uma das paisagens mais conhecidas dos Açores.

Leia Também: Vulcão na Rússia entra em erupção após séculos de inatividade. Há vídeo

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