"Ninguém vai ganhar com este conflito. Nem os próprios, nem terceiros. Estamos perante um mundo que inspira algum cuidado e atenção. Devemos ter isso como uma preocupação para o futuro", desabafou Gouveia e Melo, durante uma visita à Feira do Campo Alentejano, em Aljustrel, no distrito de Beja.
O almirante na reserva considerou preocupante a escalada do conflito, que "já não é uma pequena operação militar", mas sim "uma guerra no Médio Oriente que pode, mais uma vez, colocar em perigo a estabilidade internacional".
"Nesta fase não há muitas soluções [para a guerra]. As duas partes acham que têm razão, vão combater, vão destruir propriedade, vidas humanas e, mais uma vez, os seres humanos não optaram pelo diálogo", lamentou.
O candidato presidencial considerou, no entanto, que "Israel está numa posição difícil, uma vez que o Irão tem como objetivo destruir o Estado de Israel".
"Isso acaba por ser uma proposta de aniquilação", comentou Gouveia e Melo, acrescentando que é "difícil para o Estado de Israel estar perante essa ameaça permanente e vê-la crescer, eventualmente, para uma ameaça nuclear".
"No entanto, fico triste por ver mais um conflito internacional a acontecer. Um conflito que vai afetar também as nossas vidas através de muitas coisas, uma delas o preço do petróleo", lembrou.
Israel e o Irão estão em guerra desde a madrugada de sexta-feira quando Telavive bombardeou instalações militares e nucleares iranianas causando pelo menos 78 mortos, incluindo lideranças militares e cientistas, e centenas de feridos, segundo a diplomacia iraniana
Os ataques israelitas, efetuados por 200 aviões contra uma centena de alvos, atingiram sobretudo Teerão (norte) e a central de enriquecimento de urânio de Natanz (centro).
O Irão retaliou lançando centenas de mísseis contra território israelita, com explosões registadas sobre as cidades de Telavive e Jerusalém, que mataram pelo menos três pessoas e deixaram dezenas de feridos.
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