José Luís Carneiro, considerou, este sábado, que o Partido Socialista (PS) já 'cá estava' muito antes do Chega e que a situação era "incomparável". As declarações foram feitas aos jornalistas em Baião, no distrito do Porto.
"Estamos muito para a frente. Estamos aqui desde antes do 25 de Abril. Recordo que os nossos fundadores viveram na clandestinidade. Foram presos várias vezes. Mário Soares, entre outros. Foram presos. Viveram na clandestinidade para nós vivermos em liberdade", apontou, acrescentando: "Não queria comparar aquilo que é incomparável."
Confrontando sobre a possibilidade de os socialistas estarem a ficar à margem no que diz respeito a acordos com o Governo, José Luís Carneiro respondeu que já transmitiu ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, que o PS "queria ser uma oposição firme e alternativa."
Exemplificando sobre as convergências na Defesa entre PS e Governo e também sobre a eventual criação de uma unidade de coordenação para emergências, atirou: "Não pedi nenhum ganho com isso."
Houve acordo de princípio ou 'ninguém' "sabe o que é"?
Esta semana, durante o debate da Nação, na quarta-feira, José Luís Carneiro questionou o primeiro-ministro acerca da existência de um acordo de princípio com o Chega sobre a lei da nacionalidade, acordo este revelado por André Ventura.
"Referiu um princípio de acordo. Não sei o que é", respondeu Luís Montenegro.
Já este sábado, em Baião, Carneiro considerou que "só mesmo o primeiro-ministro pode dizer que está a dizer a verdade sobre eventuais acordos entre o Governo e o Chega". A dúvida persiste dado que em entrevista ao Observador, o Ministro dos Assuntos Parlamentares, Carlos Abreu Amorim, admitiu na sexta-feira que houve um acordo de princípio entre o Governo e o Chega na imigração e no IRS e que também estão a conversar sobre o regime jurídico do Ensino Superior.
"É preciso perguntar ao primeiro-ministro quem fala a verdade. Se é o primeiro-ministro que disse no parlamento que não havia acordo, ou se é o ministro dos Assuntos Parlamentares que hoje disse que havia acordo", referiu o líder socialista.
Foi o mesmo o Ministro dos Assuntos Parlamentares, Carlos Abreu Amorim, quem fechou o debate, 'atirando-se' ao PS, na medida em que apontou que há dificuldades em fechar acordos com esta bancada.
O debate, que durou cinco horas passou por vários temas, desde o anúncio do alargamento do subsídio de deslocação dos professores ao 'extra' para os pensionistas.
[Notícia atualizada às 17h53]
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