"Não é achincalhando as instituições que melhoramos a democracia"

Adalberto Campos Fernandes defende que partidos, quando não estão de acordo com as decisões de Marcelo Rebelo de Sousa ou do Tribunal Constitucional, não devem achincalhar mas recorrer aos instrumentos democráticos que têm à sua disposição.

Adalberto Campos Fernandes

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Notícias ao Minuto
12/08/2025 12:58 ‧ ontem por Notícias ao Minuto

Política

Lei dos Estrangeiros

Adalberto Campos Fernandes defendeu, na noite desta segunda-feira, na CNN, que a posição do Tribunal Constitucional sobe a Lei de Estrangeiros “foi mais política do que técnica” e defendeu que os partidos não podem criticar de forma agressiva sempre que que alguma instituição vai contra as suas ideias, lembrando que esse não é o principio de uma democracia.

 

“O Estado tem que se conformar com a transformação das maiorias sociológicas e políticas. Mas também o Chega, a AD, o PS e o PC tem que se conformar com aquilo que é mais importante na salvaguarda da liberdade e do regime democrático que são as instituições”, atirou, referindo depois que os partidos não podem “atacar o Presidente da República ou o juiz A ou B” porque “à lógica de uma espécie de claque desportiva, quando estão dos nossos lados são fantásticos, quando não estão já não o são”.

O socialista referia-se à decisão do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de vetar a Lei de Estrangeiros após o Tribunal Constitucional (TC) ter anunciado a inconstitucionalidade de cinco normas. Decisão que não foi bem aceite pelos partidos que votaram a favor da lei.

Posto isto, Adalberto Campos Fernandes defendeu que na “salvaguarda do que é o perímetro do Estado Democrático e as suas instituições, há instrumentos” às quais se podem recorrer para manifestar o seu desagrado como é o caso “da revisão constitucional”. E nessa senda, lembrou: “têm maioria para o fazer".

"Não é achincalhando as instituições que melhoramos o funcionamento da democracia", defendeu.

Veto da Lei dos Estrangeiros 

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vetou, na sexta-feira, as "alterações à Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, que aprova o regime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional", após o Tribunal Constitucional (TC) ter anunciado a inconstitucionalidade de cinco normas.

"Na sequência do Acórdão do Tribunal Constitucional de hoje, que considerou inconstitucionais cinco disposições do diploma que submetera a fiscalização preventiva da constitucionalidade, o Presidente da República vai devolver à Assembleia da República, sem promulgação, nos termos do n.º 1 do artigo 279.º da Constituição, o Decreto da Assembleia da República que altera a Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, que aprova o regime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional", informou numa nota publicada na página da Presidência da República.

De recordar que, durante a tarde do mesmo dia, o Tribunal Constitucional anunciou a inconstitucionalidade de cinco normas que compõem a Lei de Estrangeiros.

No requerimento enviado por Marcelo Rebelo de Sousa ao TC, o Presidente da República pediu a fiscalização preventiva da constitucionalidade das normas sobre direito ao reagrupamento familiar e condições para o seu exercício, sobre o prazo para apreciação de pedidos pela Agência para a Integração Migrações e Asilo (AIMA) e o direito de recurso.

De recordar que o decreto foi aprovado em 16 de julho na Assembleia da República, com os votos favoráveis de PSD, Chega e CDS-PP, abstenção da IL e votos contra de PS, Livre, PCP, BE, PAN e JPP.

O diploma foi criticado por quase todos os partidos, com exceção de PSD, Chega e CDS-PP, com vários a considerarem-no inconstitucional e a criticarem a forma como o processo legislativo decorreu, sem ouvir associações de imigrantes ou constitucionalistas e com a ausência de pareces obrigatórios.

Leia Também: Marcelo devolveu hoje Lei de Estrangeiros ao Parlamento

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