"É com imensa tristeza que o Bloco da Nazaré anuncia o falecimento de Joaquim Piló, figura emblemática da nossa comunidade, pescador, sindicalista incansável e fundador do Bloco de Esquerda", informou o núcleo da Nazaré em comunicado.
Joaquim Piló morreu no Hospital de Setúbal, onde se encontrava internado, vítima de doença prologada, confirmou fonte oficial do BE à agência Lusa.
"Deixa-nos um legado de coragem, dignidade e solidariedade", afirma o BE no comunicado em que exorta "a memória de um homem que não se calou, que não desistiu e que esteve sempre ao lado dos pescadores, das famílias, dos mais humildes e marginalizados".
Natural da Nazaré, no distrito de Leiria, onde era conhecido pela alcunha de "Nada é", Joaquim Piló nasceu em 1949.
Começou a trabalhar na construção civil aos 12 anos e, aos 16, embarcou na pesca do bacalhau, onde se destacou como contramestre nos anos 1970.
Durante mais de duas décadas liderou o Sindicato Livre dos Pescadores e Profissões Afins, onde, segundo o BE, "foi uma voz firme em inúmeros conflitosh denunciou as injustiças do abate da frota nacional, criticou a inação dos governos face às lutas dos pescadores, e esteve sempre ao lado das comunidades afetadas por crises e tragédias marítimas". Assumiu, também, "a busca incansável pela verdade sobre o naufrágio do navio Bolama", um dos maiores desastres na costa portuguesa.
No plano político, Joaquim Piló foi uma das figuras fundadoras do Bloco de Esquerda e uma presença ativa na política local.
Em 2005, encabeçou pela primeira vez a candidatura do Bloco à Câmara da Nazaré, à qual voltou a candidatar-se em 2013.
O velório será realizado na terça-feira, dia 19, a partir das 17h00, na capela da Igreja de Amora. O corpo será cremado na quarta-feira, dia 20, a partir das 10h30, na Quinta do Conde, informou o BE.
Leia Também: Teresa Caeiro? "Chovem homenagens. Mas onde estavam quando precisava?"