O ‘supremo tribunal’ das redes sociais da Meta, o Oversight Board, criticou publicamente a política de moderação da gigante tecnológica no Facebook e Instagram e considerou a postura “incoerente e injustificável”.
A crítica do Oversight Board prende-se com a proliferação de conteúdo gerado e manipulado com Inteligência Artificial (IA), sendo a segunda vez desde o ano passado que tal crítica é feita pelo organismo.
O caso específico diz respeito a um áudio que (alegadamente) mostrava uma conversa entre dois políticos do Curdistão iraquiano para manipular uma futura eleição na região.
A publicação foi identificada como desinformação mas o caso foi encerrado “sem avaliação humana”, com a Meta a afirmar perante o Oversight Board que não tem a capacidade de identificar e identificar automaticamente vídeos e áudios gerados por IA, notando que apenas é capaz de o fazer com imagens estáticas.
“Dado que a Meta é uma das maiores empresas de tecnologia e IA em todo o mundo, com recursos e o grande uso das suas plataformas, o Oversight Board reitera que a Meta devia priorizar o investimento em tecnologia para identificar em escala os vídeos e áudios manipulados. Não é claro para o Oversight Board porque uma empresa com esta especialização técnica e resultados depende de órgãos de comunicação ou parceiros para identificar media manipulado em situações de alto risco”, pode ler-se nas conclusões do organismo.
O Oversight Board faz ainda algumas recomendações para a Meta. Entre elas está a criação de um “processo claro” para identificar conteúdos em situações de risco semelhante. A Meta tem agora um período de até 60 dias para responder a estas recomendações.
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