Continua a cair a produção da Stellantis em Itália. Na primeira metade do ano civil, baixou 26,9 por cento, quando comparada com igual período de 2024.
Ao todo, foram produzidas 221.885 unidades naquele país europeu, entre automóveis e veículos comerciais. Os dados são da FIM-Cisl, que também mostra que a Stellantis fabricou mais de 457 mil exemplares em todo o ano passado (descida de 37 por cento).
Ferdinando Uliano, da FIM Cisl, explicou citado pela agência Reuters que os resultados foram ainda piores do que o esperado: "Sabíamos que 2025 não seria uma reviravolta, o que não esperávamos é que fosse pior do que em 2024".
Esta primeira metade do ano ficou marcada pela entrada de Antonio Filosa no cargo de diretor-executivo da Stellantis a 23 de junho - já depois de terem sido anunciados planos para um relançamento da produção em Itália, em dezembro do ano passado.
Ainda este ano, o novo Fiat 500 Hybrid começará a ser produzido em Mirafiori. A FIM-Cisl fala da necessidade de uma intervenção do governo italiano para apoiar a indústria, assim como medidas ao nível europeu - incluindo um novo plano industrial expansivo e um novo Fundo comunitário com recursos comparáveis ao Nex Generation EU.
Há fatores a jogarem contra a produção automóvel na Europa, como a baixa procura dos automóveis, concorrência chinesa, os altos custos dos combustíveis ou a necessidade de cumprir ambiciosas metas climáticas na próxima década.
Metas climáticas fecham fábricas?
O ministro da Empresa e do Made in Italy, Adolfo Urso, falou sobre a situação da Stellantis. Em declarações veiculadas pelo site oficial da Bolsa Italiana, que cita o Il Sole 24 Ore, salientou a dimensão europeia do problema: "Há uma crise para todas as empresas automóveis que produzem na Europa, porque as outras grandes empresas multinacionais europeias também estão em sérias dificuldades".
O governante apontou o dedo às metas climáticas: "A crise vem da Europa, de uma política industrial europeia de loucos, que vinculou as empresas às metas inatingíveis do 'Green Deal', e é por isso que estão a fechar fábricas inteiras na Europa e a demitirem milhares de trabalhadores".
De facto, Jean-Philippe Imparato, diretor europeu da Stellantis, afirmou recentemente segundo o Finanz und Wirtschaft que podem ser necessárias "decisões complicadas" devido às metas - uma vez que falhá-las pode implicar multas de até dois mil milhões de euros nos próximos anos. Deixar de produzir motores de combustão, com consequente fecho de fábricas, pode vir a ser parte da solução.
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