O Benfica emitiu uma nota de pesar, este sábado, a dar conta da morte de Fernando Cruz, ex-jogador do clube da Luz que se destacou com a conquista de duas Taças dos Clubes Campeões Europeus, em 1960/61 e 1961/62.
Vítima de doença prolongada, a antiga referência do futebol português despede-se aos 85 anos, já depois de ter representado as águias entre 1956 e 1970, antes de se aventurar no PSG.
Fernando Cruz era sócio desde 1956, com o n.º1607, tendo sido 'pintado' pelos encarnados pelo "profissionalismo e o talento que o distinguiu como um jogador bravo, competente e galhardo".
Cruz, como era conhecido, havia celebrado o seu 85.º aniversário na passada terça-feira, acabando por morrer apenas quatro dias depois.
Leia o comunicado na íntegra:
"O Sport Lisboa e Benfica lamenta profundamente o desaparecimento de um dos mais lendários jogadores da história do Clube e endereça à família de Cruz, as suas mais sentidas condolências.
O antigo lateral esquerdo do Benfica e da Seleção Nacional, integrou a melhor e mais vitoriosa equipa do Clube e era, até hoje, uma das poucas memórias vivas do Bicampeonato Europeu de Clubes, uma façanha que apenas essa histórica equipa do Benfica logrou alcançar, em Portugal.
Nas duas magníficas vitórias do Benfica, na Taça dos Clube Campeões Europeus, Fernando Cruz foi um dos jogadores mais utilizados, tendo realizado 9 jogos na época 1960/61 e 7 jogos em 1961/62.
Além dessas vitórias consecutivas na Taça dos Clubes Campeões Europeus, Cruz foi um dos poucos jogadores que atuaram nas cinco finais disputadas pelo Benfica, na competição, em toda a década de 1960.
O notável lateral-esquerdo estreou-se com 20 anos, na equipa principal do Benfica e, em Portugal, conquistou 8 títulos de campeão nacional, 3 Taças de Portugal e 4 Taças de Honra. Uma brilhante carreira ao serviço do seu Clube do coração, que se iniciou em 1959 e terminou em 1970, e durante o qual realizou 445 jogos, tendo apontado um golo.
No final da sua carreira, Cruz foi, ainda, um dos primeiros emigrantes do futebol em Portugal, numa altura em que era ainda uma raridade um jogador português se transferir para um campeonato de maior dimensão. Aconteceu em 1970, quando Cruz se transferiu para o Paris Saint-Germain, Clube que acabara de ser fundado, tendo Cruz integrado a primeira equipa da sua história.
O Sport Lisboa e Benfica lamenta profundamente o desaparecimento de um dos mais lendários jogadores da história do Clube e endereça à família de Cruz as mais sentidas condolências.
— SL Benfica (@SLBenfica) August 16, 2025
Esteve uma temporada no clube parisiense, iniciando, assim, uma sequência de antigos jogadores do Benfica que, na década de 1970, se transferiram para o PSG, como foram os casos de Humberto Coelho e João Alves.
Terminaria a sua carreira na Venezuela e seria, mais tarde, treinador nos Estados Unidos.
Pela Seleção Nacional, Cruz cumpriu 11 jogos, tendo-se estreado em 1961, num Portugal-Inglaterra.
Aos 84 anos e vítima de doença prolongada, sócio n° 1607, filiado desde 1956, Cruz deixa um legado importante de dedicação e paixão ao Clube, que combinou, com radioso sucesso, com o profissionalismo e o talento que o distinguiu como um jogador bravo, competente e galhardo.
Um jogador à Benfica e que recebeu duas medalhas de honra do Sport Lisboa e Benfica pela conquista das duas Taças dos Clubes Campeões Europeus".
Leia Também: Morreu Joaquim Oliveira. Empresário português tinha 78 anos