O mercado de transferências de verão encerra já na próxima segunda-feira, e a verdade é que, pese embora, o autêntico 'entra e sai' que tem marcado a atualidade, sobretudo, de Sporting, Benfica e FC Porto, muito ainda poderá mudar nos respetivos plantéis.
Os dragões, vindos de uma temporada 'para esquecer', que culminou nas demissões, primeiro, do português Vítor Bruno, e, depois, do argentino Martín Anselmi, são o clube que mais dinheiro investiu em reforços, no futebol português, até ao momento. Feitas as contas, já lá vão quase 90 milhões de euros.
Dinheiro que a direção liderada por André Villas-Boas utilizou para adquirir Victor Froholdt (ao Copenhaga), Gabri Veiga (ao Al-Ahli Jeddah), Alberto Costa (à Juventus), Borja Sainz (ao Norwich City), Nehuén Pérez (à Udinese), Jan Bednarek (ao Southampton), Dominik Prpic (ao Hajduk Split), Luuk de Jong (ao PSV) e João Costa (ao Estrela da Amadora).
No polo oposto, encontram-se os bicampeões nacionais em título, que curiosamente, são, em simultâneo, a formação que mais dinheiro gastou (perto de 45 milhões de euros) e a que mais encaixou (mais de 100 milhões de euros), em grande parte, claro está, graças à venda de Viktor Gyokeres ao Arsenal, a troco de 65 milhões de euros, verba que pode superar a barreira dos 76 milhões de euros, mediante o cumprimento de objetivos.
Pelo meio, encontram-se os encarnados, onde 'equilíbrio' é, para já, a palavra de ordem. Isto porque, apesar de ter recrutado aquele que foi o reforço mais caro da sua história (Richard Ríos, ao Palmeiras, por 27 milhões de euros), quase que conseguiu igualar as receitas (72,5 milhões de euros) e os gastos (78,8 milhões de euros). No entanto, promete não ficar por aqui.
Sai Harder, entra Yeremay?
O Sporting deixou para a derradeira semana do mercado de transferências de verão o reforço da ala direita do ataque, setor que a estrutura do futebol considera, agora, prioritária a 'mexer', visto que, nem Geny Catamo, nem Geovany Quenda, parecem dar totais garantias a Rui Borges, no 'assalto' ao tricampeonato nacional.
Yeremay Hernández é o nome que mais agrada aos leões, mas as negociações estão longe de chegar a bom porto, particularmente, depois de o Deportivo da Corunha ter rejeitado a segunda proposta, no valor de 30 milhões de euros (mais cinco milhões de euros em bónus), pelo que poderá ser necessário procurar uma alternativa.
Tal como foi noticiado pelo Desporto ao Minuto, o internacional português Jota Silva continua bem referenciado e está, inclusive, disposto a reduzir o ordenado que aufere, no Nottingham Forest, para rumar a Alvalade, pelo que o diálogo pode vir a desenrolar-se com outro tipo de fluidez, ao longo dos próximos dias.
No sentido inverso, Conrad Harder pode ter os 'dias contados', face ao interesse que suscitou junto de AC Milan e Rennes. De saída poderão estar, ainda, jogadores como Matheus Reis, Ricardo Esgaio, Diogo Travassos, Hidemasa Morita ou Geny Catamo, aos quais não faltam interessados.
A 'lenga-lenga' do criativo
No Benfica, promete continuar a 'fazer correr tinta' a procura por um elemento que dê outro tipo de criatividade ao ataque, depois de a direção liderada por Rui Costa ter deixado 'escapar' jogadores como João Félix (que trocou o Chelsea pelo Al Nassr, a troco de 30 milhões de euros) ou Thiago Almada (que o Atlético de Madrid comprou ao Botafogo, por 21 milhões de euros).
Mohamed Amoura foi o alvo que se seguiu, mas as negociações acabaram por cair por terra, face aos elevados valores exigidos pelo Wolfsburgo. Mais recentemente, foi a vez de ressurgir na agenda encarnada o nome de Georgiy Sudakov, internacional ucraniano que assume um papel de destaque, no Shakhtar Donetsk.
No que às saídas diz respeito, resta perceber se o Fenerbahçe, equipa orientada pelo treinador português José Mourinho, estará, efetivamente, na disposição de desembolsar os 25 milhões de euros exigidos pelas águias pelo passe de Kerem Akturkoglu. Florentino Luís também tem em mãos a possibilidade de partir, neste caso, para Itália, onde agrada a Napoli, Internazionale e AS Roma.
Rodrigo Mora vira 'novela'
Há dois meses, Rodrigo Mora era apontado como a face mais visível da 'revolução' que a direção liderada por André Villas-Boas se preparava para levar a cabo, no plantel principal do FC Porto. Agora, parece estar cada vez mais perto da porta de saída.
O internacional português de sub-21 tarda a convencer o treinador italiano Francesco Farioli, que tem optado por um meio-campo formado por Alan Varela, Victor Froholdt e Gabri Veiga, o que acabou por chamar a atenção do Al-Ittihad Jeddah, que estará mesmo a ponderar a possibilidade de ativar a sua cláusula de rescisão, fixada nos 70 milhões de euros.
Em cima da mesa, neste momento, estão, ainda, as possíveis saídas de Zé Pedro (que tem mercado em Espanha), Marko Grujic (que interessa ao Real Oviedo), Vasco Sousa (já apontado ao Vitória SC), Stephen Eustáquio (que perdeu espaço, esta temporada) e Deniz Gul (que já terá mesmo dado o 'sim' ao Besiktas).
No plano das entradas, a porta ainda não está totalmente fechada, visto que a estrutura azul e branca entende haver espaço para a chegada de mais um reforço para o centro da defesa. Aqui, a prioridade é Jakub Kiwior, jogador pelo qual terá proposto ao Arsenal um 'pacote' de empréstimo com cláusula de compra obrigatória, que pode aproximar-se dos 27 milhões de euros.
Leia Também: Deportivo rejeita a segunda proposta do Sporting por Yeremay