Isenção tarifária da China a África pode mudar relação com continente

A consultora Oxford Economics considerou hoje que a isenção tarifária oferecida pela China a todos os países africanos "não é apenas uma iniciativa comercial, mas sim uma manobra estratégica" para redefinir a relação com o continente.

Pequim pede contenção após míssil de fabrico russo ter atingido a Polónia

© Lusa

Lusa
17/06/2025 11:29 ‧ há 7 horas por Lusa

Economia

China

"A política de tarifas zero de Pequim não é apenas uma iniciativa comercial, é uma manobra estratégica para redefinir as suas alianças com África, reduzir o poder de influência dos Estados Unidos, e implantar a China de forma mais profunda no futuro político e económico do continente", dizem os analistas do departamento africano desta consultora britânica.

 

Num comentário à decisão de Pequim de isentar de tarifas todas as exportações africanas para a China, com exceção de Essuatíni por reconhecer Taiwan, os analistas escrevem que "a implicação mais profunda é um declínio gradual da influência norte-americana em África, com os líderes chineses a ficarem mais inclinados a apoiar a perspetiva chinesa no palco mundial, diminuindo assim a influência do Ocidente".

Para além disso, apontam ainda, as tentativas dos países ocidentais de imposição de sanções ou implementação de regulamentos comerciais pode perder a eficácia, já que "as economias africanas estarão mais integradas com as cadeias de abastecimento e redes comerciais chinesas".

Na semana passada, durante o Fórum de Cooperação China África (FOCAC), a China anunciou isenções tarifárias totais para produtos tributáveis dos 53 países africanos com os quais mantém relações diplomáticas, bem como novas medidas para facilitar o acesso de produtos africanos ao seu mercado.

Paralelamente, Pequim reafirmou a sua disponibilidade para cooperar com África em setores como indústria verde, comércio eletrónico, inteligência artificial, segurança e governança, no contexto de uma relação económica que ganhou peso.

Segundo dados da Administração Geral de Alfândegas, o comércio bilateral superou os 2,1 triliões de yuans (255,7 biliões de euros) em 2024, enquanto nos primeiros cinco meses de 2025 cresceu 12,4% em relação ao ano anterior, até 963,21 biliões de yuans (117,29 biliões de euros).

De acordo com a Oxford Economics, a República Democrática do Congo e Angola eram, em 2023, os maiores exportadores africanos para a China, com o país lusófono a exportar quase metade (46,4%) das vendas totais para o gigante asiático, numa lista onde Moçambique também aparece em lugar de destaque, com quase 20%.

Leia Também: Xi Jinping em Astana para reafirmar influência da China na Ásia Central

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas