Choques "mais frequentes" geram "maior volatilidade da inflação"

No discurso na receção do Fórum do BCE, que decorre em Sintra até quarta-feira, Christine Lagarde focou-se nas lições aprendidas na avaliação de estratégia do banco central, apresentada hoje.

Lagerde assegura que BCE vai ser "âncora de estabilidade num momento de incerteza"

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Lusa
30/06/2025 20:28 ‧ ontem por Lusa

Economia

BCE

A presidente do Banco Central Europeu (BCE) alertou hoje que os choques na procura estão mais frequentes e as empresas mais rápidas a ajustar os preços, tornando a inflação mais volátil.

 

No discurso na receção do Fórum do BCE, que decorre em Sintra até quarta-feira, Christine Lagarde focou-se nas lições aprendidas na avaliação de estratégia do banco central, apresentada hoje.

A responsável admitiu que o ambiente de incerteza veio para ficar, numa altura em que há "sinais claros de que os choques de oferta estão a tornar-se mais frequentes".

Neste contexto, as disrupções no fornecimento estão a levar as empresas a ajustar os preços com mais frequência, notou, o que contribui "para uma maior volatilidade da inflação".

Esta situação não é apenas temporária, mas sim "reflete uma mudança estrutural na forma como as empresas operam sob condições de incerteza permanentemente maior", argumenta.

Tendo em conta esta volatilidade e incerteza, a equipa do BCE analisou como pode tornar a avaliação económica mais robusta, concluindo que a política monetária tem de ter em conta estes riscos nas previsões e passar a incluir e comunicar mais cenários económicos alternativos.

Quanto à resposta do BCE aos choques que possam aparecer, na revisão de estratégia definiram que se deve assumir um "compromisso simétrico para responder à dinâmica da inflação que pode desancorar as expectativas de inflação em qualquer direção".

Desta forma, quando há riscos tanto para uma aceleração como um abrandamento da inflação face à meta de 2% - que se manteve inalterada - devem ser aplicadas medidas "vigorosas", como a compra de dívida.

O Conselho do BCE considera então que a reação exige uma "ação de política monetária apropriadamente enérgica ou persistente em resposta a desvios grandes e sustentados da inflação em relação à meta em qualquer direção", resumiu Lagarde, salientando que continuam a contar com todas as ferramentas que já tinham disponíveis.

A presidente do BCE assumiu que esta revisão não foi uma revolução, mas sim uma "evolução", nomeadamente na forma como o banco central deve comunicar e também a resposta aos desafios.

Lagarde concluiu reiterando que, mesmo com o mundo em mudança, o BCE fará "o que for necessário" para assegurar a estabilidade de preços.

Além da referência a Mario Draghi, a citação escolhida para terminar foi do filósofo alemão Nietzsche: "Aquele que tem um porquê para viver pode suportar quase qualquer como".

O Fórum do BCE sobre Bancos Centrais decorre até quarta-feira em Sintra, contando com participantes como o presidente da Reserva Federal dos EUA, Jerome Powell, e tem como tema "Adaptação à mudança: mudanças macroeconómicas e medidas de resposta".

Leia Também: BCE vai ser "âncora de estabilidade num momento de incerteza"

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